Agronegócio
Segunda-feira, 29 de abril de 2024

Preço do milho futuro cai 30% em 2023 e registra maior queda em 10 anos

Redução também foi registrada para soja e trigo em Chicago, impulsionada pelas colheitas irregulares no Brasil por causa do clima

A cotação dos grãos futuros na Bolsa de Chicago, representando commodities ainda não colhidas, mas disponibilizadas para venda antecipada, encerrou o ano de 2023 com uma queda expressiva em comparação com anos anteriores. O milho liderou essa redução, experimentando uma diminuição notável de 31%, marcando a maior queda anual desde 2013, de acordo com informações da agência Reuters.

O trigo e a soja também testemunharam declínios significativos, registrando quedas anuais de 21% e 15%, respectivamente. Essas diminuições foram atribuídas a colheitas irregulares no Brasil e incertezas relacionadas ao comércio no Mar Negro.

O mercado global agora está atento aos resultados da safra brasileira 2023/2024, com a colheita do milho de verão já em andamento em algumas regiões do país. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) relata que 0,9% das lavouras foram colhidas, com destaques para o Rio Grande do Sul (3%) e Santa Catarina (2%).

De acordo com a Conab, as lavouras de milho primeira safra estão distribuídas da seguinte maneira: 6,3% em fase de emergência, 41,4% em desenvolvimento vegetativo, 21,8% em enchimento de grãos, 21,3% em floração, 8,3% em maturação e 0,9% colhidas.

Além disso, as atenções globais também estão voltadas para o milho segunda safra, que é um período mais significativo para essa cultura. O atraso no plantio da soja levanta dúvidas sobre o volume a ser colhido na segunda safra, pois pode comprometer a janela ideal de semeadura do milho.

No primeiro ciclo de cultivo do milho, a Conab projeta uma produção de 25,3 milhões de toneladas, representando uma queda de 7,5% em relação à safra anterior. A colheita total de milho é estimada em 118,53 milhões de toneladas.

No mercado interno, os preços experimentaram uma queda ao longo de 2023, atingindo o valor mais baixo em junho, quando a saca chegou a R$ 54,33, de acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP). Entretanto, em janeiro, foi registrada uma leve alta, com o preço alcançando R$ 69,75, conforme divulgado no boletim.

Fonte: Exame