Negócios
Quinta-feira, 2 de maio de 2024

Esse mineiro foi o maior vendedor de bíblias do Brasil. Agora capta R$ 45 milhões para vender seguro

Meta da empresa é faturar 360 milhões de reais até 2025 com seguros para carros e focando no público de classes C, D e E

À medida que o fim do ano se aproxima, surge a inevitável reflexão sobre o que preservar e o que transformar, tanto na vida pessoal quanto na profissional, para o próximo capítulo. Este é o momento em que muitas pessoas reservam um tempo para compreender o que é verdadeiramente importante e significativo, e o que já pode ser deixado para trás para abrir espaço a novas experiências.

Entretanto, desvincular-se de aspectos no âmbito dos negócios não é uma tarefa simples. Para alguns empreendedores, renunciar a ideias ou projetos que perderam sua relevância demanda não apenas força de vontade, mas também coragem.

O mineiro Quézide Cunha, por exemplo, compreendeu que o desapego foi essencial para revitalizar sua vida e dar uma guinada em sua trajetória profissional. Anteriormente sócio da Ômega Distribuidora, a maior distribuidora independente de Bíblias na América Latina, Cunha decidiu fazer uma pausa sabática e empreender uma mudança radical.

Atualmente, ele é sócio e fundador da Loovi, uma empresa de seguros automotivos direcionada às classes C, D e E. Criada em 2019, a empresa acaba de captar 45 milhões de reais pela Marçal Holding, do influenciador digital Pablo Marçal, e Oliveira Participações, com assessoria do escritório de advocacia Mello Torres. Os recursos captados serão destinados a contratações, investimentos em tecnologia, estratégias de marketing e à abertura de novas linhas de distribuição, como parcerias com corretores.

A história de Quézide Cunha tem origens humildes em Ribeirão das Neves, Minas Gerais. Aos 14 anos, iniciou sua trajetória profissional como estoquista em uma livraria evangélica, alcançando posteriormente a posição de subgerente em outra cidade. Gradualmente, ascendeu na empresa até adquirir parte dela e tornar-se o sócio majoritário.

À frente da Ômega, transformou o negócio em um modelo de atacarejo, investindo na produção própria de títulos e artigos religiosos. Apesar de ter se tornado o maior vendedor de Bíblias da América Latina e alcançado a prosperidade desejada, Cunha percebeu que o caminho que o conduziu até ali não o levaria mais adiante. Decidiu, então, fazer um sabático em 2015 para repensar seus rumos.

Durante esse período, estudou novos mercados e se interessou por dois setores: o hospitalar e o de seguros. Optou pela segunda opção ao descobrir que uma parcela significativa do mercado automotivo brasileiro não contava com seguro. Inspirado por associações de proteção veicular, que ofereciam benefícios sem a regulação da Superintendência de Seguros (Susepe), Cunha decidiu aplicar essas estratégias na criação da Loovi.

A empresa diferencia-se ao simplificar o processo de contratação de seguros através de seu aplicativo, atendendo de forma ágil e personalizada às classes C, D e E. A ênfase na tecnologia, aliada à experiência humanizada inspirada nas associações de proteção veicular, tem sido um diferencial no mercado.

Com planos mensais a partir de 89,90 reais, a Loovi oferece um pacote básico que inclui assistência 24 horas, carro reserva e pagamento integral da tabela Fipe em casos de furto ou roubo. A empresa já atende a 2.000 municípios no Brasil, e a meta do empresário é faturar 360 milhões de reais até 2025.

Além do aporte de 45 milhões de reais, Cunha vê a entrada de novos parceiros como um valioso “smart money”, contribuindo não apenas com capital, mas também com conhecimento especializado em tecnologia e mídias digitais. O investimento será direcionado para o desenvolvimento tecnológico, expansão da equipe de informática e a criação de uma área exclusiva para corretores, visando aprimorar a presença da Loovi no mercado brasileiro.

Assim, a insurtech planeja conquistar mais de 100.000 novos segurados, com mais de 82% deles sendo clientes pela primeira vez, enquanto busca manter sua proposta de simplicidade e personalização no universo dos seguros automotivos.

Fonte: Exame