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Quinta-feira, 2 de maio de 2024

Na briga pela sua compra digital, essa empresa quer dobrar de tamanho e faturar R$ 200 milhões

A Social Digital Commerce foi criada para fazer a gestão de lojas digitais e atende marcas como Lego, Concha y Toro, Mallory e Freixenet

No período de 2019 a 2022, o setor de comércio eletrônico no Brasil movimentou aproximadamente R$ 450 bilhões, conforme indicado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic). Esse valor representa mais que o dobro do total acumulado no triênio anterior, de 2016 a 2019.

Durante a pandemia de Covid-19, as transações online foram impulsionadas, com muitos brasileiros descobrindo as vantagens das compras digitais. Esse cenário favorável contribuiu significativamente para o crescimento de uma empresa recém-introduzida no mercado.

Fundada em 2017, em São Paulo, a Social Digital Commerce opera em um setor que não é particularmente glamouroso ou popular no Instagram. A empresa é especializada na gestão e armazenamento de produtos oferecidos por marcas em plataformas de comércio eletrônico e marketplaces, até a entrega aos consumidores.

A principal concorrente da Social é a Infracommerce, uma empresa que abriu capital em 2021 e iniciou uma trajetória de expansão através de aquisições tanto no Brasil quanto na América Latina.

A maior parte do faturamento da Social vem da divisão chamada “Digital Management”, que representa 75% do total. Essa divisão assume o controle da operação digital das empresas, cuidando da estruturação do site, cadastro de produtos em marketplaces, precificação e toda a logística de entrega.

Além disso, a empresa conta com unidades dedicadas a dados e desenvolvimento de estratégias de marketing digital, assim como uma unidade especializada na criação de lojas conceito e pop-stores para impulsionar as vendas online.

Os números refletem o impacto positivo do aumento das compras online no negócio. O volume transacionado pela Social subiu de R$ 70 milhões em 2019 para R$ 750 milhões em 2022, enquanto o faturamento saltou de R$ 1,9 milhão para R$ 65 milhões ao longo de três anos.

A empresa atua no segmento de “middle market” e possui um portfólio com 60 clientes, incluindo marcas conhecidas como Lego, Concha y Toro, Copag, Mallory, Freixenet e o time de futebol Botafogo.

Os sócios da empresa, Ricardo Onofre e Diogo Olher, lideram a Social, enquanto um family office liderado por Israel Geraldi, presidente da Softway, tornou-se investidor no ano passado, aportando R$ 35 milhões em troca de 30% do negócio.

Devido ao rápido crescimento, a empresa inaugurou recentemente um quarto hub de negócios voltado para projetos internacionais, representando 10% do faturamento. Essa área visa levar marcas brasileiras para novos territórios na Europa, Ásia e Estados Unidos.

A Social também está mirando a expansão para países da América Latina, como México, Chile, Argentina e Colômbia, como parte de sua estratégia de diversificação.

Para o próximo ano, a empresa planeja operar as lojas digitais de mais de 50 clientes, incluindo nomes como Canon e Phillips. A expectativa é dobrar de tamanho, atingindo um faturamento de R$ 211 milhões e um GMV de R$ 1,8 bilhão, impulsionado por investimentos de R$ 30 milhões em novas tecnologias de dados e estruturas de armazenagem. A abertura de um armazém em Recife, Pernambuco, visa facilitar o fluxo de entregas nas regiões Norte e Nordeste do país, complementando os galpões já existentes em São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina.

Fonte: Exame