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Sábado, 29 de junho de 2024

Empresas brasileiras conquistam mercado chinês além do agronegócio

A parceria comercial entre China e Brasil tem se fortalecido, impulsionando empresas brasileiras a diversificar seus produtos e serviços no mercado chinês. A Havaianas, icônica marca brasileira, é um exemplo notável, conquistando o público jovem chinês com seu estilo descontraído e designs vibrantes. Desde 2010 na China, a Havaianas adota uma estratégia de vendas totalmente digital, utilizando plataformas como Tmall, JD.com e WeChat. Além de considerar a abertura de lojas físicas para aumentar sua presença, a marca investe em campanhas de marketing que destacam os valores brasileiros, como alegria, diversidade e sustentabilidade.

Outra empresa, a Melissa, destaca-se no mercado chinês de calçados de borracha com modelos divertidos e originais. Utilizando o Weibo para divulgação, a marca interage efetivamente com os consumidores em diversas redes sociais chinesas, incluindo o Xiaohongshu, onde os usuários exibem os sapatos únicos da Melissa combinados com seus looks do dia.

No setor de alimentos naturais e saudáveis, como o açaí, uma joint venture chamada Tianjin Food Sete, formada por uma consultoria brasileira e uma gigante chinesa de distribuição de alimentos, facilita a exportação de sucos naturais e açaí de fabricantes brasileiros para consumidores chineses cada vez mais interessados em produtos orgânicos e de qualidade.

No âmbito agrícola, a China é o principal fornecedor de produtos para o Brasil, representando 22% de suas importações em 2022. A soja é destaque, respondendo por 62% do consumo chinês desse grão em 2021. Essa relação é crucial para ambos os países, especialmente para a China, que depende da soja brasileira para seu setor agropecuário. Além da soja, o Brasil exporta outros produtos agrícolas, totalizando US$ 49 bilhões em 2021, representando 83,2% de todas as exportações agrícolas do Brasil para a China.

Essa parceria comercial beneficia significativamente ambos os países, abrindo novas oportunidades para empresas brasileiras, como a Suzano, fabricante de celulose que, desde os anos 80, ingressou no mercado chinês e tornou-se uma das maiores do mundo nesse setor.

Fonte: Exame