Economia
Sexta-feira, 26 de julho de 2024

Aliados veem Haddad pressionado por ala política do governo e já não descartam revisão da meta

Avaliação, no entanto, é que Haddad fará um esforço para manter seu compromisso até onde for possível. Ou seja, não cederá facilmente

Aliados do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, veem o chefe da equipe econômica pressionado pela ala política do governo e, nos bastidores, já não descartam uma revisão da meta fiscal.

A avaliação, no entanto, é que Haddad fará um esforço para manter seu compromisso até onde for possível. Ou seja, não cederá facilmente.

A avaliação sobre a pressão sobre o ministro da Fazenda leva em consideração a fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) da sexta-feira (28), sobre “dificilmente” o governo conseguir cumprir o objetivo de zerar o déficit nas contas públicas no ano que vem, e a própria entrevista coletiva de Haddad nesta segunda (30).

O ministro evitou cravar a manutenção da meta de déficit zero em 2024 e disse que pode antecipar medidas de arrecadação de receitas previstas para o próximo ano para perseguir o ajuste fiscal.

O “déficit zero”, o equilíbrio nas contas públicas, sem resultado negativo nem positivo, está previsto no novo arcabouço fiscal, aprovado neste ano para o controle de despesas governamentais.

A avaliação de interlocutores de Haddad é que, neste momento, a ala política do governo tem ganhado a queda de braço —ao menos no discurso— a respeito da meta fiscal.

Na entrevista desta segunda-feira, o ministro da Fazenda afirmou que a sua meta está estabelecida. “Vou buscar o equilíbrio fiscal de todas as formas justas e necessárias para que tenhamos um país melhor”, disse.

Pouco antes de falar aos jornalistas, o chefe da equipe econômica se reuniu com o presidente Lula. “O que levei para o presidente foram os cenários possíveis, se tiver de antecipar medidas para 2024, eu encaminho. O meu papel é buscar o equilíbrio fiscal, farei isso enquanto estiver no cargo, não é por pressão do mercado financeiro, acredito que o Brasil, depois de dez anos, precisa voltar a olhar para as contas públicas”, afirmou Haddad.

Fonte: CNN