Negócios
Sexta-feira, 17 de maio de 2024

Vantagem de preço da Shein diminui, diz BTG

No Brasil, a Shein mantém os preços mais elevados em comparação com suas operações globais, apesar de ainda ser mais acessível do que os concorrentes locais. No entanto, a vantagem de preço da empresa asiática tem diminuído nos últimos seis meses, conforme indicado por um relatório do BTG Pactual que analisou os preços da rede chinesa em 15 países.

Por exemplo, os preços de seus produtos no Brasil são cerca de 29% mais altos do que os preços equivalentes nos Estados Unidos, ou 157% mais caros quando considerada a paridade de poder de compra entre americanos e brasileiros. A comparação com países como França, Chile e Espanha também revela preços aproximadamente 30% mais elevados no Brasil, considerando as taxas de câmbio.

A única exceção é o México, onde, em média, roupas como blusas, malhas e vestidos são mais caras do que no Brasil, quando comparadas com as taxas de mercado. No entanto, quando ajustado pela paridade de compra, a Shein brasileira se torna a mais cara do mundo.

O BTG Pactual conduziu a análise comparando os preços de oito tipos de produtos, incluindo saias, jaquetas, calças jeans, bolsas e botas. O relatório aponta que a cesta de mercadorias analisada ficou mais cara no Brasil desde abril.

Mesmo com esse aumento de preços, a Shein ainda consegue oferecer produtos a preços significativamente inferiores em relação a concorrentes como Renner, C&A e Riachuelo, conforme observado pelo BTG. No entanto, a diferença de preços diminuiu nos últimos seis meses, refletindo o impacto do “custo Brasil” e das flutuações cambiais, de acordo com os analistas.

O relatório sugere que o recente movimento da Shein para expandir os fornecedores locais pode diversificar a produção, melhorar os serviços e aproveitar o alto tráfego e engajamento em sua plataforma. No entanto, isso também significa que a Shein estará competindo em condições semelhantes às redes locais, especialmente com o possível aumento da tributação.

A varejista nacional que mais se aproxima dos preços da Shein é a C&A, que ainda assim cobra 21% a mais pela cesta de produtos analisados. Na Renner, a diferença de preços chega a 36%.

Em abril, a diferença de preço entre a Renner e a Shein era de 68%, enquanto na Riachuelo e na C&A, era de 53%.

Apesar da redução na vantagem de preços, a Shein continuará sendo uma concorrente desafiadora. A empresa é conhecida por sua agilidade em lançar novos produtos no mercado e por sua enorme capacidade de vendas online, o que a torna competitiva em um mercado altamente disputado.

De acordo com as estimativas do BTG, a marca chinesa faturou R$ 7 bilhões no Brasil no ano passado, um aumento de 3,5 vezes em relação aos R$ 2 bilhões do ano anterior.

Fonte: Brazil Journal