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Quarta-feira, 24 de julho de 2024

Bluefit: Mubadala compra ações e controlará empresa, em operação de R$ 464,1 mi

O fundo soberano de Abu Dhabi, Mubadala, está prestes a assumir o controle da rede de academias Bluefit em uma operação avaliada em R$ 464,1 milhões. Em um comunicado divulgado no sábado, dia 2, a Bluefit anunciou que o fundo adquirirá ações dos atuais sócios e fará um investimento direto na empresa por meio da emissão de novas ações.

No mesmo sábado, os acionistas da Bluefit assinaram um acordo com a MC Brazil Fitness Holding, uma entidade vinculada ao Mubadala. De acordo com o contrato, a MC desembolsará R$ 114,1 milhões para adquirir ações dos atuais proprietários da empresa. Adicionalmente, ela investirá mais R$ 350 milhões na Bluefit por meio da subscrição de novas ações que a empresa emitirá.

Ao final desse processo, a MC deterá 51% do capital social total e com direito a voto da rede de academias, efetivamente adquirindo o controle do negócio, sujeito à aprovação das autoridades, como o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

A Bluefit também informou que após a conclusão da operação, será estabelecido um acordo de acionistas para governar a relação entre a MC e os demais acionistas. Atualmente, o maior acionista da empresa é o Leste Private Equity FIP – Multiestratégia IE, detentor de 32,55% do capital.

A Bluefit é uma das maiores redes de academias do país, contando com 133 unidades em operação em junho, de acordo com os dados mais recentes. Nos 12 meses anteriores, a empresa inaugurou 20 novas unidades, entre academias próprias e franquias. No final do segundo trimestre, a Bluefit contava com 338,4 mil alunos matriculados.

A empresa chegou a considerar uma oferta pública inicial de ações (IPO) na B3 em 2021, mas abandonou esses planos devido à deterioração do mercado na época. Naquela ocasião, a empresa planejava captar R$ 600 milhões junto a investidores, conforme informações de fontes envolvidas na operação.

No primeiro semestre, a Bluefit registrou um prejuízo líquido de R$ 1,050 milhão, representando uma melhoria em relação à perda de R$ 3,182 milhões observada no mesmo período de 2022. A empresa também viu sua receita crescer 54%, atingindo R$ 148,4 milhões, impulsionada pela recuperação do mercado de academias após a pandemia da COVID-19 e pelo aumento da base de alunos.

Por outro lado, o endividamento líquido da rede aumentou 21,6% em um ano, totalizando R$ 86,7 milhões. A Bluefit explicou que esse aumento na dívida se deveu à incorporação de unidades da Shift Fitness e à emissão de debêntures realizada em agosto do ano passado.

A principal concorrente da Bluefit, a Smartfit, é listada na Bolsa brasileira. Dois fundos soberanos têm participações em sua base acionária: o CPPIB, do Canadá, e o GIC, de Cingapura. No entanto, os controladores majoritários são a família Corona e o fundo Pátria, que detêm 47,6% do capital da empresa.

Fonte: Estadão Conteúdo