Economia
Sexta-feira, 26 de julho de 2024

Ibovespa fecha em queda de 0,10%, com Focus minimizando alta das exportadoras de commodities; dólar recua 0,12%, a R$ 4,93

Boletim Focus trouxe projeções de inflação e PIB além do esperado e impulsionou curva de juros brasileira para cima

O Ibovespa fechou praticamente estável nesta segunda-feira (4), com leve queda de 0,10%, aos 117.776 pontos.

O dia foi marcado por uma baixa negociação, com um volume de R$ 12,40 bilhões negociado, por conta do feriado do Dia do Trabalho nos Estados Unidos. Por lá, as bolsas ficaram fechadas.

“O Ibovespa tentou ganhar tração e dar continuidade ao movimento de sexta-feira com a alta da Vale VALE3, mas a falta da referência das bolsas de Nova York, fechadas devido ao feriado, trouxe menor liquidez e aos poucos o índice perdeu força e zerou os ganhos”, comenta Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos.

“Diante da menor liquidez, alguns movimentos podem ser vistos como corretivos, sem muita fundamentação em fatos novos de impacto sobre os preços. Isto ocorreu com as ações dos frigoríficos, que se recuperaram após as perdas da última semana e se beneficiam residualmente das perspectivas de estímulos na China”, completa o especialista.

Na China, o minério de ferro teve leve alta, na esteira de um estímulo imobiliário na China. O país, de acordo com a Reuters, está preparado para tomar novas medidas, incluindo o relaxamento de restrições a compra de casas, enquanto se esforça para enfrentar uma crise cada vez mais profunda. A agência citou fontes especializadas no assunto.

As ações ordinárias da Vale (VALE3) ganharam 0,74%, as da CSN Mineração (CMIN3), 1,15%, e as preferenciais série A da Usiminas (USIM5), 0,87%.

Também destaque entre as altas do Ibovespa, os papéis da Minerva (BEEF3), avançaram 4,56% – principalmente se recuperando da forte queda da última semana.

Do outro lado do índice ficaram as ações de empresas ligadas ao mercado interno. Os papéis ordinários da EzTec (EZTC3) caíram 2,08%, os da Magazine Luiza (MGLU3), 2,80%, e os da Via (VIIA3), 1,55%.

“Os papéis das construtoras registram queda diante da alta dos juros futuros e de olho no julgamento da correção da remuneração do FGTS”, fala o analista da Nomus. “Fora isso, os juros futuros foram pressionados ligeiramente pela revisão para cima das projeções mostradas na Focus, tanto para PIB deste ano e IPCA de 2023 e 2024”.

O boletim Focus trouxe uma projeção de inflação de 4,92% e a do PIB para 2023, ante 4,90% na semana anterior. As para o produto interno bruto (PIB) subiram de 2,31% para 2,56%. Os dois números podem pressionar o Banco Central a ser mais duro em suas decisões monetárias.

A curva de juros fechou em alta por toda a sua curva. Os DIs para 2025 ganharam 3,5 pontos-base, a 10,60%, e os para 2027, 5,5 pontos, a 10,39%. As taxas dos contratos para 2029 e 2031 ganharam sete e seis pontos, a 10,84% e 11,10%.

Thiago Lourenço, operador de renda variável da Manchester Investimentos, explica que a alta da curva de juros brasileira ajudou a segurar o dólar. A moeda americana fechou com leve queda de 0,12% frente ao real, a R$ 4,934 na compra e a R$ 4,935 na venda.

Fonte: InfoMoney