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Quinta-feira, 25 de julho de 2024

Ele já faturou R$ 11 milhões em 2023 vendendo só roupas básicas — e o valor deve triplicar

Ele já faturou R$ 11 milhões em 2023 vendendo só roupas básicas — e o valor deve triplicar

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Em dois anos, a marca de vestuário minimalista já vendeu 200 mil camisetas. A expectativa agora é dobrar o faturamento de 2022

Quando os empreendedores José Bento Meirelles e Guilherme Puliti deram início à Minimal Club em 2021, trabalhando em seu escritório em casa, investiram R$ 30 mil e tinham 300 camisetas minimalistas para vender. Dois anos depois, a situação é completamente diferente: a marca de Belo Horizonte já comercializou 200 mil desses produtos. Além disso, eles têm como meta encerrar 2023 com uma receita de R$ 32,5 milhões, o dobro do ano anterior.

“No primeiro mês, não vendemos camisetas para ninguém além de amigos e familiares”, revela Meirelles, que também ocupa o cargo de CEO do negócio. “Mas fomos crescendo, contratando mais pessoas para a equipe e expandindo”.

O foco do negócio é a venda de roupas minimalistas, sem logotipos estampados. Essa tendência foi identificada pelos sócios em 2021, quando perceberam que seus amigos empreendedores estavam adotando esse estilo de roupa em bares e até mesmo no ambiente de trabalho. Começaram com camisetas, mas hoje em dia possuem um portfólio maior, incluindo calças e moletons.

Para impulsionar as vendas, investiram em marketing e comunicação. As newsletters enviadas aos clientes não se limitavam apenas às roupas, mas também traziam textos sobre filosofia, disciplina rigorosa e motivação. A estratégia era direcionada ao público-alvo: homens empreendedores.

Além disso, o próprio CEO apareceu na frente das câmeras para vestir as camisetas e incentivar a compra. Ele também produziu vídeos com uma abordagem descontraída e humorística. Em um vídeo específico, com mais de 1 milhão de visualizações, a marca se apresenta como “a camiseta que economiza dinheiro”. Em outro, com 700 mil visualizações, são listados cinco tipos de “camisetas que não prestam” antes de oferecer uma Minimal.

“As pessoas gostavam dessa conexão, de saber que era o CEO que estava se expondo”, afirma Meirelles.

Os resultados começaram a surgir. Já em 2021, alcançaram uma receita de R$ 4,2 milhões. No ano seguinte, atingiram R$ 16 milhões. Agora, a meta é dobrar esse valor. Para isso, continuam apostando no lançamento de novos produtos e linhas, além de datas específicas, como a Black Friday em novembro. Até o momento, já faturaram cerca de R$ 11 milhões.

Roupas minimalistas são peças básicas, geralmente de uma cor, oferecidas pela Minimal Club. Começaram com branco e preto, mas agora possuem um portfólio maior. Para as camisetas, que são o carro-chefe do negócio, a empresa utiliza algodão egípcio e elastano. Há apenas um pequeno indicativo de que o produto é da marca: um bordado da mesma cor da roupa, localizado na manga de um dos braços.

“Gastamos bastante tempo no desenvolvimento do modelo, às vezes não ficava bom no peito, outras vezes na barriga”, explica Meirelles. “Então criamos um produto durável, que veste bem e é confortável, graças ao algodão e ao elastano”.

As camisetas são vendidas por R$ 137,90. A produção é realizada em parceria com outras empresas, que entregam o produto finalizado a um centro de distribuição de 1,1 mil metros quadrados em Belo Horizonte.

Quanto aos próximos passos da Minimal Club, além de lançar novos produtos e continuar investindo no comércio eletrônico, a empresa pretende ingressar no varejo físico em 2024. Meirelles deseja que a primeira operação seja em Belo Horizonte, onde a empresa nasceu, mas também estão considerando São Paulo. No entanto, ainda não foi decidido qual será o modelo de operação: loja de rua, shopping ou quiosque. Por enquanto, o foco continua sendo o mercado nacional.

“Cada vez mais, o varejo deixará de ser dominado por grandes redes internacionais para dar espaço a marcas locais e mais segmentadas”, afirma Meirelles. “Acredito firmemente nessa transformação; estamos passando por ela”.

No ano passado, a Minimal Club foi avaliada em R$ 25 milhões. Encerrou o ano com 33 funcionários, mas esse número já está aumentando. Atualmente, possuem cerca de 50 funcionários.

Ao longo desses dois anos, os fundadores também lançaram outras duas marcas seguindo a mesma linha da Minimal Club. Uma delas é a Moon Basics, que oferece roupas básicas para mulheres. A outra é a Hoomy, que se dedica ao segmento de cama e banho. E os planos não param por aí:

“Atualmente, atendemos a casa, a mulher e o homem. Pretendemos explorar mais opções no futuro, talvez até mesmo produtos para animais de estimação e crianças. São possibilidades”.

Fonte: Exame