Agronegócio
Domingo, 5 de maio de 2024

Porto de Paranaguá movimenta US$ 2 bi em carne congelada em quatro meses

Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP), no Paraná, registrou aumento de 28% no volume movimentado, em relação ao mesmo período de 2022

No primeiro quadrimestre de 2023, o Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP), localizado no Paraná, registrou um valor de mais de US$ 2,23 bilhões em exportações de carne congelada. Esses dados, fornecidos pelo Comex Stat do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), revelam um crescimento de 44% em comparação com o mesmo período do ano passado.

O TCP desempenha um papel fundamental na exportação de proteína animal em nível nacional, sendo responsável por 33% do volume vendido e enviado para o exterior através de Paranaguá, de acordo com o sistema de dados DataLiner. Além disso, é o único terminal no Sul do país que possui acesso direto da ferrovia à zona alfandegada, sendo utilizado para 25% do transporte de proteína através desse modal.

A carne congelada é a principal commodity exportada pelo TCP, com um total de 38.235 contêineres movimentados nesse período. Esse número representa um aumento de 28% em relação aos primeiros quatro meses de 2022. A carne de frango corresponde a 80% do volume total movimentado, sendo a Ásia o principal destino, responsável por 66% das compras.

Giovanni Guidolim, gerente de logística do TCP, atribui o aumento no volume de embarques à estrutura do terminal, que abriga o maior pátio reefer do Brasil. Um pátio reefer é um espaço adaptado para contêineres com controle de temperatura. Até o final de 2023, o número de tomadas nesse pátio aumentará de 3.572 para 5.126, representando um acréscimo de 43% na capacidade de armazenamento desse tipo de carga.

Guidolim destaca que o terminal também possui a maior concentração de linhas marítimas do Brasil, conectando o país à Ásia e Europa. Ele enfatiza os investimentos em expansão da área reefer para atender à crescente demanda do mercado, além da construção de uma subestação de energia para sustentar essa expansão.

A flexibilidade de espaço para receber antecipadamente o embarque de volumes refrigerados também é uma vantagem do terminal, o que impulsionou um crescimento de 137% na movimentação de carne bovina nos primeiros quatro meses deste ano. Um dos estados beneficiados por essa medida foi o Mato Grosso, responsável por 35% das exportações de carne bovina que ocorrem pelo Paraná.

A expectativa para os próximos meses é de um crescimento significativo, especialmente no que diz respeito à carne bovina. Com a habilitação de diversos frigoríficos para exportação desse tipo de carne para a China e o fim do embargo chinês, espera-se um aumento ainda maior na demanda por essa proteína, segundo Guidolim.

No Porto de Paranaguá, o transporte ferroviário de carga teve um aumento em maio deste ano, representando 19,52% do total de cargas movimentadas, em comparação com os 18,10% do volume total em maio de 2022. Esse aumento foi especialmente notável na chegada de soja e contêineres, ao mesmo tempo em que houve uma diminuição no transporte rodoviário, conforme observado por Luiz Fernando Garcia, diretor-presidente da Portos do Paraná. Em maio de 2022, o transporte rodoviário representava 80% do total movimentado no mês, enquanto no último mês essa participação caiu para 78,61%.

Garcia destaca que a diversificação do uso dos modais de transporte contribui para um fluxo mais organizado, do início ao fim da cadeia. Essa abordagem permite absorver o aumento no volume de carga sem gargalos, podendo intensificar de acordo com as necessidades do mercado.

Fonte: Exame