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Sábado, 11 de maio de 2024

Mercedes-Benz vai suspender contrato de trabalho de 1,2 mil funcionários a partir de maio

O chamado ‘layoff’ vai durar entre dois e três meses para os funcionários de São Bernardo do Campo

Os 1,2 mil funcionários da Mercedes-Benz, em São Bernardo do Campo, entrarão em layoff (suspensão temporária do contrato de trabalho) pelo período de dois a três meses, a partir de maio. A suspensão foi aprovada em assembleia nesta quinta entre o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e a montadora. O layoff já estava previsto no acordo coletivo de trabalho da fábrica.

Mercedes também negocia layoff de até dois meses para funcionários da fábrica de Juiz de Fora, em Minas Gerais. Procurada, a Mercedes confirmou a aprovação da proposta de layoff. A montadora informou em nota que, durante este período, os trabalhadores receberão salário líquido integral e passarão por curso de capacitação profissional.

“A MERCEDES-BENZ REITERA SEU COMPROMISSO EM BUSCAR CONSTANTEMENTE ALTERNATIVAS JUNTO AO SINDICATO DOS METALÚRGICOS DO ABC PARA ADEQUAÇÕES E GERENCIAMENTO DO VOLUME DE PRODUÇÃO DIANTE DA DEMANDA DE MERCADO”, DIZ EM NOTA.

O coordenador da representação na Mercedes no sindicato, Sandro Vitoriano, lembra que os trabalhadores recebem 100% do salário líquido durante o layoff e passam por um curso de formação profissional. Ele diz que esses profissionais têm garantia de retorno para a fábrica. E, quem entra na suspensão agora, não estará em um eventual próximo layoff caso seja necessário.

A montadora já havia anunciado aos metalúrgicos férias coletivas para 300 trabalhadores por um mês no início de abril, semanas mais curtas de trabalho e o fechamento do segundo turno da montadora a partir de maio, também por três meses. A demanda por caminhões caiu neste início de ano e a montadora está adequando a produção. Entre os motivos estão a falta de peças e as altas taxas de juros no país, que reduzem a demanda por caminhões novos.

Em 2022, empresas anteciparam a compra de caminhões devido a entrada em vigor do Euro 6, em janeiro deste ano. Trata-se de uma nova norma de emissões para veículos comerciais. Os novos caminhões ficaram mais caros porque receberam mais equipamentos de controle de emissão de poluentes. Isso também explica, em parte, a queda da demanda este ano.

A fábrica de São Bernardo conta com cerca de 8 mil trabalhadores em sua totalidade, destes 6 mil na produção.

Fonte: Agência O Globo