Economia
Terça-feira, 30 de abril de 2024

Ibovespa avança 1,97%, com bancos e recuo do governo nos ataques ao BC; dólar fecha a R$ 5,19

Principal índice da Bolsa brasileira conseguiu destoar da movimentação vista no exterior

O Ibovespa fechou em alta de 1,97% nesta quarta-feira (8), aos 109.951 pontos. O índice conseguiu destoar das quedas vistas nos Estados Unidos, revertendo a tendência dos últimos dias, após aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) colocarem panos quentes sobre a recente polêmica envolvendo o chefe do executivo e o Banco Central brasileiro.

“A notícia referente a ministros estarem aconselhando Lula a baixar temperatura no confronto com BC colabora com a queda dos juros no dia de hoje. O presidente vinha atacando a conduta de Roberto Campos Neto, presidente da instituição, por conta da atual taxa Selic, mas aparentemente alguns ministros alertaram o presidente em relação às insatisfações do mercado”, explica Leandro Petrokas, diretor de Research da Quantzed.

Ainda no noticiário, o ministro Alexandre Padilha, que comanda a pasta das Relações Institucionais, enfatizou nesta quarta-feira que não há qualquer intenção por parte do governo de mudar a atual lei da autonomia do Banco Central e negou que haja pressão sobre qualquer mandato da autoridade monetária.

Com a diminuição das ameaças, a curva de juros brasileira caiu em bloco. As taxas dos DIs para 2024 fecharam a 13,50%, com menos 18 pontos-base, e as dos DIs para 2025, a 12,77%, com menos 38 pontos. Os contratos para 2027 fecharam com um yield de 12,84%, recuando 35 pontos, e os para 2029, com um de 13,12%, com baixa de 29 pontos. Os DIs para 2031, por fim, perderam 23 pontos-base, a 13,26%.Saiba como diversificar o patrimônio e diminuir seus riscos investindo no exterior com facilidade e segurança (parceria com a XP)E-mail:Concordo que os dados pessoais fornecidos acima serão utilizados para envio de conteúdo informativo, analí­tico e publicitário sobre produtos, serviços e assuntos gerais, nos termos da Lei Geral de Proteção de Dados.

Entre as maiores altas do Ibovespa, ficaram, com isso, algumas companhias ligadas ao mercado interno. As ações ordinárias da construtora Cyrela (CYRE3) subiram 4,35%, as da Totvs (TOTS3), 3,99%, e as da Magazine Luiza (MGLU3), 4,20%.

“Mercado já estava prevendo que o Lula e a ala política do PT teriam um tom mais ameno em relação ao Banco Central e ao Roberto Campos Neto. Hoje a fala veio através do Alexandre Padilha, sinalizando que o governo não pretende mudar a independência do Banco Central”, diz Gabriel Mota, operador de renda variável da Manchester Investimentos.

O especialista, além das sinalizações políticas, menciona também que os bancos ajudam a puxar o Ibovespa, após o Itaú (ITUB4) divulgar seu resultado na véspera que foi bem recebido. As ações preferenciais da instituição financeira fecharam com alta de 8,27%, bem como as do Bradesco (BBDC4), que subiram 4,89%. As unitárias do Santander (SANB11) ganharam 4,86%.

Nos Estados Unidos, o dia foi de baixa. Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq recuaram, respectivamente, 0,61%, 1,11% e 1,68%, apagando o otimismo da véspera, em meio a resultados corporativos ruins no quarto trimestre.

“Esta temporada de balanços foi, na melhor das hipóteses, abaixo da média”, disse à CNBC Eric Sterner, CIO da Apollon Wealth Management. “Leva tempo para que esses aumentos de juros afetem os ganhos. Agora, estamos começando a ver isso”.

O dólar ficou estável no exterior, com o DXY, que mede a força da divisa americana frente a outras de países desenvolvidos, fechando estável, nos 103,50 pontos. Frente ao real, a moeda recuou 0,06%, a R$ 5,196 na compra e a R$ 5,197 na venda.

Fonte: InfoMoney