A Bolsa de Valores brasileira perdeu parte do fôlego de alta após a divulgação da ata do Fede nesta quarta-feira (4), mas continua em alta apoiada na recuperação da Petrobras, cujas ações sofreram baixas recentes diante do temor de investidores locais com a agenda econômica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A alta da estatal acelerou no início desta tarde, após a agência Bloomberg publicar notícia em que o senador petista Jean Paul Prates, escolhido de Lula para comandar a empresa, diz que a estatal revisará a forma como calcula a necessidade de reajustes de preços, mas que eles continuarão em linha com os praticados internacionalmente.
Ele afirmou ainda que o governo não fará nenhuma intervenção direta no mercado definindo preços.
Mais tarde, Prates afirmou que pretende rever a política de paridade em relação aos preços para importação de petróleo – que leva em conta custos como frete de navios, custos internos de transporte e taxas portuárias.
Às 16h40, o índice Ibovespa subia 0,87%, aos 105.0,76 pontos. Às 16h, antes da divulgação da ata pelo banco central dos Estados Unidos, o índice apresentava alta de 1,26%.
A alta do Ibovespa é sustentada principalmente pela Petrobras, com as ações PN subindo 3,67%. Os papéis ON da Eletrobras também ajudam, com avanço de 2,56%.
Para a equipe de analistas da Ativa Investimentos, as falas de Prates impulsionam a Petrobras na Bolsa hoje. Mas mantém cautela em relação aos próximos dias. “Ainda que as falas sejam positivas no sentido de praticamente descartarem mudanças amplamente prejudiciais à saúde financeira da companhia, os papéis da empresa devem seguir observando elevada volatilidade”.
A Eletrobras também aparece entre os destaques da Bolsa nesta quarta. Está marcada para esta quinta (5) uma assembleia de acionistas que vai deliberar, entre outros temas, o resgate e posterior cancelamento das ações PNA da elétrica, com o pagamento de R$ 48,45 por por papel. O objetivo é simplificar a estrutura acionária e listar a empresa no Novo Mercado, índice que tem exigências mais rígidas de governança corporativa da B3.
No câmbio, o dólar comercial à vista apresentava estabilidade frente ao real, cotado a R$ 5,4520 na venda, enquanto no exterior a moeda americana perdia terreno na comparação com as principais divisas mundiais.
Pelo terceiro dia consecutivo, as taxas de juros dos depósitos interbancários avançavam. Os contratos com vencimento em 2024 passavam de 13,69% para 13,76% ao ano. Já a taxa DI para 2025 subia de 13,17% para 13,30%. Negociados exclusivamente entre instituições financeiras, os juros DI são referência para o crédito no país.
No exterior, as atenções se voltaram para os Estados Unidos nesta tarde, com a divulgação da ata da última reunião do Fed, o banco central americano, que definiu a alta dos juros para o intervalo entre 4,25% e 4,50%.
Após a ata, os principais índices de ações nos Estados Unidos perderam força, movimento seguido pelo mercado brasileiro. O índice Dow Jones, que operava em alta antes da divulgação da ata, caía 0,10% às 16h40.
Como pontos positivos, dados de inflação na Europa, melhores que o esperado, e notícias sobre um novo pacote de estímulo para o setor de construção na China. O principal índice de referência europeu fechou em alta de 1,38%.
Fonte: FolhaPress