Economia
Sábado, 27 de abril de 2024

Dólar recua 1,75% e vai a R$ 5,20 com desidratação da PEC da Gastança

Após iniciar a sessão sem uma clara tendência definida, o dólar se firmou no campo negativo frente ao real e teve uma forte queda nesta terça-feira (20), com investidores de olho na desidratação da PEC da Gastança.
Parlamentares entraram em acordo com a equipe do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para aprovar uma PEC da Gastança desidratada, com um ano de duração e a redistribuição das emendas de relator, dispositivo que foi derrubado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Com investidores aliviados com o acordo, a moeda americana teve desvalorização de 1,75%, a R$ 5,2090 na venda, com a mínima do dia em R$ 5,1760, segundo dados da CMA.
“O mercado ficou animado com a esperança de que o texto que tramita na Câmara dos Deputados da PEC seja desidratado e possa ter seu gasto fiscal reduzido, com redução do prazo de dois anos para um ano”, diz Victor Lima, analista da Toro Investimentos.
Na Bolsa de Valores brasileira, o índice Ibovespa também teve um desempenho destacado, com alta de 2,16%, aos 107.010 pontos.
Entre as maiores altas do dia, as varejistas tiveram um novo dia de destaque positivo, com ganhos de 10,8% da Via, alta de 8,1% da Natura e de 8% do Magazine Luiza, movimento que acompanhou o fechamento das taxas no mercado de juros futuros.
Já havia ajudado a diminuir a aversão ao risco entre os investidores a decisão de domingo (18) do ministro Gilmar Mendes do STF de considerar que a manutenção no próximo ano do Auxílio Brasil pode ocorrer pela abertura de crédito extraordinário e que essas despesas não se incluem nos limites do teto de gastos.
Ainda entre os destaques da sessão, as ações das empresas de saneamento, na esteira da privatização da Corsan, do Rio Grande do Sul. Na expectativa de que processos semelhantes possam ocorrer em seus respectivos estados, as ações da Sabesp, de São Paulo, subiram 2,3%, enquanto as da Sanepar, do Paraná, tiveram alta de 3,2%, e as da Copasa, de Minas Gerais, de 1,8%.
Nas Bolsas dos Estados Unidos, os principais índices de ações tiveram leve alta, com valorização de 0,3% do S&P 500, de 0,36% do Dow Jones e avanço de 0,1% do Nasdaq.
A cautela segue dando o tom nos mercados globais, na esteira de sinalizações transmitidas pelos bancos centrais indicando um cenário à frente com novas altas de juros para combater a persistente pressão inflacionária.
Nesta terça, o banco central do Japão chocou os mercados com um ajuste inesperado em seu controle de rendimento de títulos.
Ao explicar que essa é uma tentativa de estimular o mercado de títulos, o BoJ (Banco do Japão) decidiu permitir que o rendimento dos títulos de 10 anos se movam com uma banda de 0,50 ponto percentual tanto para cima quanto para baixo em relação à meta de 0%, contra faixa anterior de 0,25 ponto.
“O BOJ se junta assim a outros bancos centrais de mercados desenvolvidos -Fed dos EUA, BCE, Banco da Inglaterra- que vêm apertando a política monetária desde o início do ano. Em resposta, o yen se valorizou e os preços dos títulos públicos caíram”, apontaram os analistas da XP em relatório.