Negócios
Terça-feira, 21 de maio de 2024

Empresa de mídia da TecBan investe 24 milhões e amplia presença no Nordeste

Lançado em 2019, o Mídia Banco24Horas está ampliando o seu parque de dispositivos em 80%

O Mídia Banco24Horas,empresa que dispõe telas com conteúdos publicitários acima dos caixas eletrônicos do Banco24Horas, está investindo R$ 24 milhões para expandir o seu mercado de atuação e entrar em novas praças.

O recurso será aplicado na distribuição de 2 mil telas full HD pelo país, chegando a 4,4 mil dispositivos onde marcas anunciantes podem exibir as suas mensagens e estratégias de comunicação. O número representa um crescimento de 80% sobre a atual parque de 2,4 mil aparelhos.

“Nós crescemos e vivemos um período pandêmico e agora, neste ano, é o momento da retomada total”, afirma Celia Simões, gerente de marketing e produto da TecBan, gestora do Banco24Horas. A companhia está no mercado há 40 desenvolvendo soluções para o mercado financeiro, que vão desde os caixas eletrônicos, plataformas de integração a serviços de carro forte.

Qual o desafio do negócio

A empresa foi lançada em 2019 após dois anos de estudos e planejamento sobre como agregar mais receitas aos terminais, usados para saques, transferências e recargas, entre outros serviços, e responsáveis pela movimentação de R$ 370 bilhões por ano.

Desenvolvendo soluções tecnológicas para o mercado financeiro há 40 anos, a TecBan queria encontrar formas de aproveitar a ‘audiência’ das 152 milhões de pessoas que passam mensalmente pelos caixas 24 horas, distribuídos por mais de mil cidades, segundo dados internos.

E o investimento na solução de mídia exterior, que vinha em trajetória ascendente, se mostrou o melhor caminho. De lá para cá, a empresa teve entre os clientes marcas como Boticário, Oi, Uber, McDonald’s e órgãos governamentais.

“O Mídia Banco24Horas é importante para o grupo TecBan, pois está dentro da estratégia de novos produtos, otimização de um ativo importante para companhia que é o caixa eletrônico”, afirma a executiva, sem abrir os números da operação.

Agora, trabalha para ampliar a capilaridade do negócio, cobrindo novos pontos e regiões. 30% das telas serão em novas praças.

Como será a distribuição

Na divisão por regiões, o Sudeste, onde já tem maior presença, será a área também com a maior distribuição, 49%. O Nordeste aparece em segundo, com 29%, e passará a ter cobertura em todas as capitais e em algumas cidades mais importantes – antes, o modelo estava presente apenas em Salvador e Recife. Sul, 10%, Centro-Oeste, 8%, e Norte, 5%, vêm na sequência.

Com a expansão, o Mídia Banco24Horas vai chegar a estabelecimentos, como shoppings, lojas de conveniência e farmácias, em 160 cidades distribuídas por 22 estados.

A movimentação da empresa acompanha uma conjuntura positiva no mercado de mercado de mídia exterior no Brasil, que tem registrado um crescimento sólidos nos últimos tempos.

Segundo os últimos dados do levantamento Cenp-Meios, correspondente ao primeiro semestre deste ano, o segmento registrou R$ 886 milhões em investimentos – alta de 60,43% sobre o mesmo período de 2021 – e reforçou a sua posição como terceiro principal destino dos recursos publicitários, com 10,7%. TV aberta e internet ocupam, respectivamente, o primeiro e o segundo lugares.

Com a implantação das novas telas, a expectativa da empresa é de que a receita de 2023 tenha um forte incremento e atinja 80% de crescimento. Para 2022, os percentual estimado está entre 10% e 15%.

Como fica com a digitalização

Apesar do processo de digitalização e do Pix, o que sugere um menor uso dos caixas eletrônicos, a empresa entende que o papel moeda ainda tem vida longa e que os caixas podem se adequar às novas realidades.

“Hoje, o ATM se tornou um hub de negócios. O cliente não, necessariamente, vai para sacar”, afirma Simões, complementando que o Banco 24Horas conta com cerca de 160 associados, incluindo instituições digitais que não têm lojas físicas.

A empresa se apoia também em dados que mostram que a demanda global por caixas eletrônicos cresceu 2% em 2021, segundo levantamento da RBR, empresa de pesquisa e consultoria em meios de pagamento e automação bancária do Reino Unido.

Na América Latina, a demanda ficou em 19%, com a introdução de 31 mil equipamentos. No Brasil, a alta foi de 25%, impulsionada pela implantação de 4,3 mil aparelhos pelo Banco do Brasil.

Fonte: Exame