Economia
Quarta-feira, 15 de maio de 2024

Cenário eleitoral divide previsões de empresários

O empresariado ainda não traça um cenário claro do que pode acontecer na disputa eleitoral nas próximas semanas.
Embora a polarização entre Lula e Bolsonaro dê sinais de consolidação nas pesquisas, ainda restam expectativas de reviravoltas.
Há pouco consenso nas previsões sobre os efeitos eleitorais que Bolsonaro pode faturar com a concessão de benefícios, e uma parte dos defensores da terceira via começa a perder o entusiasmo.
A última rodada da pesquisa Datafolha realizada na semana passada, de terça (16) a quinta (18), mostrou Lula à frente, com Bolsonaro avançando nas intenções de voto e sem movimento significativos na terceira via.
Para o banqueiro Ricardo Lacerda, do BR Partners, a pesquisa mostra que a eleição caminha para o acirramento da disputa entre Lula e Bolsonaro.
“O desafio do presidente agora é reduzir a diferença para o patamar de um dígito até o início de setembro. Para isso, não basta recuperar parte de seus eleitores arrependidos. Vai precisar tirar votos de Lula”, diz Lacerda.
Na opinião do empresário Lawrence Pih, é mais provável Lula vencer no primeiro turno. Ele não vê chance de retorno em voto após os benefícios sociais oferecidos por Bolsonaro como o Auxílio Brasil de R$ 600.
“Dificilmente o quadro se reverterá a seu favor quando os eleitores se lembrarem da forma como o governo Bolsonaro conduziu a pandemia, arruinou contas públicas, provocou a desvalorização da moeda, inflação, juros na estratosfera, devastação da Amazônia, política externa falida, sem mencionar orçamento secreto, afronta às instituições e o estímulo à discórdia”, diz Pih.
O investidor Lawrence Pih foi um dos primeiros empresários a apoiar o PT na década de 1980 e também um dos primeiros a criticar o governo Dilma Rousseff publicamente três décadas depois.
Antonio Carlos Pipponzi, presidente do conselho da RaiaDrogasil, ainda vê espaço para a terceira via. “Estamos em um quadro muito polarizado em que o percentual de votos por exclusão é muito grande. Com o tempo significativo de TV da candidata Simone Tebet, poderá haver mudanças expressivas no cenário”, afirma.

Fonte: FolhaPress/Joana Cunha