Companhia modernizou fábricas, ampliou portfólio e reduziu alavancagem – a projeção do mercado é voltar ao caixa positivo ao fim do ano
Quando fez o re-IPO, a Vulcabras precisava de capital para completar uma reestruturação que já havia otimizado o parque fabril — fechando mais de 10 unidades — mas ainda tropeçava em um endividamento excessivo. Quase cinco anos depois, a dona da Olympikus consolidou um bem-sucedido turnaround e acaba de se tornar septuagenária no melhor momento da história.
No ano, os papéis da Vulcabras sobem mais de 10%, enquanto o Ibovespa cai 6,28% e o índice de small-caps tomba 19%. A fabricante de calçados esportivos — fundada na década de 1950 com os sapatos vulcanizados 752 — está avaliada em R$ 2,5 bilhões, mas gestores acreditam que o negócio poderia valer 50% mais pelo crescimento que vem entregando. No ano passado, o grupo faturou R$2,2 bilhões.
Comandada por Pedro Bartelle, filho de um dos fundadores da Grendene, a Vulcabras mudou o eixo concentrando a estratégia nos calçados esportivos e abandonando as sandálias da Azaleia, uma marca na qual não tinham sinergias e cujo uso foi melhor empregado com o licenciamento à Grendene.
Para uma companhia que já sofreu com o peso das dívidas, a Vulcabras tem hoje alavancagem (dívida líquida/Ebitda) de apenas 0,5 vez e muito provavelmente terá caixa líquido no fim de 2022. “Nosso mercado de calçados passa por algumas dificuldades, mas a Vulcabras é um ponto fora da curva. Crescemos 54% no primeiro trimestre”, disse Bartelle ao Pipeline.
Fonte: Valor Pipeline