Economia
Segunda-feira, 22 de julho de 2024

Bitcoin volta a perder US$ 20 mil e investidores se preparam para gatilho de volatilidade

Criptomoeda está há um mês andando de lado, mas analistas apostam que dado de inflação dos EUA pode desencadear movimento no preço

O Bitcoin (BTC) está há um mês sendo negociado em uma faixa que vai de pouco mais de US$ 19 mil a cerca de US$ 22.500, desde que desabou dos US$ 27 mil para US$ 22 mil em um dia em 12 de junho. Na manhã desta terça-feira (12), a zona de preço se mantém intacta, com a moeda digital operando a US$ 19.679, em queda de 3,6% nas últimas 24 horas. O Ethereum (ETH), segunda maior cripto por valor de mercado, recua 6,5%, para US$ 1.060.

Investidores, no entanto, se preparam para um possível gatilho de volatilidade na quarta-feira (13), quando sai o novo dado de inflação ao consumidor nos Estados Unidos. A expectativa é que o número de junho supere o de maio, e atinja 1,1%, de acordo com o consenso Refinitiv.

Um eventual aumento acima do esperado, na visão de analistas, pode indicar que o Federal Reserve (Fed) será obrigado a acelerar ainda mais o ritmo de subida dos juros, incrementando as chances de recessão. Por outro lado, um dado dentro das projeções poderia desencadear um novo movimento de alta pela expectativa de nova leva de capital rumo a ativos de risco.

Analistas técnicos seguem de olho no teste de estresse pelo qual vem passando o suporte (preço com forte demanda de compra) situado na região entre US$ 19 mil e US$ 20 mil. Paira a dúvida se o patamar conseguirá ser defendido por mais tempo se mais notícias negativas surgirem. De outro lado, os US$ 22.500 se mostram uma resistência (preço com forte demanda para venda) cada vez mais difícil de superar.

Segundo o trader e investidor Vinícius Terranova, o gráfico do Bitcoin começa a mostrar um padrão gráfico negativo que pode indicar novas baixas pela frente antes de uma possível recuperação. “Eu não compraria Bitcoin neste momento”, recomenda.

Por outro lado, há quem aponte a possibilidade de o fundo de mercado já ter sido alcançado. “Ouvi previsões de preço que chegam a US$ 8 mil, mas já podemos ter visto o fundo”, comenta Mati Greenspan, fundador da empresa de análise de criptomoedas Quantum Economics. “A perspectiva só melhora quando percebemos que o pior cenário absoluto provavelmente não é extremamente provável”.

Para Edward Moya, analista sênior de mercado da Oanda, “apesar de todo o pessimismo e manchetes negativas para o Bitcoin, o fato de estar lutando para manter-se no nível de US$ 20 mil é um sinal promissor”.

O Bitcoin segue fortemente correlacionado às ações americanas, mas alguns especialistas apontam que o BTC não deverá se manter tão barato por muito tempo. Na região atual, a criptomoeda é negociada, pela primeira vez, abaixo de uma linha de tendência de alta que vem pelo menos desde 2017.

“O BTC nunca caiu abaixo dessa marca, então agora está recebendo apoio de compradores confiantes no crescimento de longo prazo da primeira criptomoeda”, disse Alex Kuptsikevich, analista sênior de mercado da FxPro.

Enquanto uma possível recuperação não vem, altcoins (criptos além do Bitcoin) seguem com desempenhos mistos. De um lado, Aave (AAVE) e Compound (COMP) registram quedas de mais de 10%. Na ponta positiva, os destaques são Quant (QNT) e Synthetix (SNX), que saltam 9% e 2%, respectivamente, nas últimas 24 horas.

Fonte: InfoMoney