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Terça-feira, 21 de maio de 2024

Sandra Chayo: “Precisava provar que eu não era apenas a filha do dono”

Filha de Nissim Hara, fundador do grupo Hope, Sandra Chayo é quem está atualmente à frente da companhia de lingeries. Sócia e diretora de marketing e estilo, sempre sonhou formar uma família e trabalhar com design de moda. Deu tudo certo. Entrou na empresa do pai aos 20 anos – hoje tem 46 – com a missão de reposicionar e transformar a peça íntima em artigo fashion, casou-se e tem três filhos.

Quando criança, o que você imaginava para a vida adulta? Imaginava formar uma família e trabalhar com design e moda. Eu queria deixar o mundo, os lugares, as pessoas e as coisas mais bonitas.

Quem eram seus heróis/personagens favoritos? Mulher Maravilha e meus pais.

Qual foi sua primeira ambição profissional? Provar que eu não era apenas a filha do dono. Conseguir implementar as minhas ideias. A primeira ambição mais relevante foi criar a maior rede de lojas de lingerie do país.

O que te faz levantar da cama hoje? Empoderar outras mulheres e estimular as pessoas a serem suas melhores versões. E ser a minha melhor versão todos os dias.

Qual característica ou atitude do outro te irrita? Não costumo me irritar com atitudes alheias, acredito que cada um age como pensa ser melhor para si. Porém, não admiro as pessoas que se vitimizam diante dos desafios da vida nem as que se deslumbram com o sucesso. A vida é feita de altos e baixos. Como encaramos esses picos, determina o nosso caráter.

Você se considera uma pessoa com hábitos saudáveis? Sim. Tenho muito cuidado com a minha alimentação (plant based desde 2013), pratico exercícios físicos diariamente e procuro estudar e me nutrir de informações positivas do meu interesse.

Qual foi sua maior conquista até hoje? E a maior extravagância? Maior conquista é ter a minha família. Maior extravagância pessoal são as inúmeras viagens com a minha família. Extravagância profissional: o primeiro e único desfile da Gisele Bündchen no Brasil (2011), com direito a trilha ao vivo com dezenas de músicos da orquestra sinfônica de São Paulo interpretando Villa Lobos.

O que determina o sucesso? Sucesso é ter o que quer. O que significa diferentes coisas para diferentes pessoas. Diferente de felicidade, que é aceitar o que se tem, e viver o aqui e agora. Para mim, sucesso é atitude, impactar positivamente as pessoas que me relaciono, promover prosperidade, que sejam suas melhores versões e que sejam felizes como consequência.

Qual é o maior desafio coletivo da atualidade? Capacidade de se comunicar e ter uma atitude positiva. Estamos vivendo uma era em que os meios de comunicação e as notícias são instantâneas e estão em todos os lugares. Isso é um desafio. Precisamos encontrar informações e pessoas relevantes que sejam confiáveis e saber filtrar o que e onde lemos. Também acredito que precisamos usar a comunicação para o bem, para ajudar e acrescentar.

Entre os avanços da tecnologia, o que mais te impressiona? Estarmos conectados e acessíveis o tempo todo em qualquer lugar do mundo. Para o bem e para o mal.

Um senso comum que você considera uma grande bobagem. Que é ruim ser uma pessoa ambiciosa. Para mim é justamente o contrário. Se eu quero impactar positivamente as pessoas à minha volta, o primeiro passo é querer sempre mais. Eu me considero uma pessoa positivamente ambiciosa e tenho o hábito de me determinar metas para tudo. Quando estou chegando perto dessa meta, costumo aumentá-la.

Um livro, filme ou outra arte que tenha te impactado. Acabei de adquirir uma obra de arte do Walter Carvalho. É uma foto com intervenção em platina de uma imagem do Minhocão em São Paulo em 1989. Naquela época, tínhamos painéis de mídia exterior próprios da Hope e por muitos anos eles marcaram a paisagem de São Paulo. Eles estão registrados em filmes e documentários, mas é a primeira vez que vi em uma obra de arte.

Compraria uma viagem para Marte ou qualquer outro turismo espacial? Gosto de fazer turismo para vivenciar uma cultura diferente do habitual. Não tenho vontade de visitar um local não habitado.

Você se considera espiritualizada? Acredita em Deus, vida após a morte? Sou muito espiritualizada. Acredito em Deus. Sou judia e fui criada honrando nossas tradições e antepassados, e crio meus filhos da mesma maneira. Acredito em vida após a morte e que não estamos aqui por acaso. Cada um de nós tem um propósito e uma razão de existir. Não acredito em coincidências e sim que Deus tem o plano perfeito para cada um de nós. Inclusive para quem não acredita. Respeito ateus, agnósticos, qualquer outra religião e qualquer outra opinião diferente da minha.

Uma lembrança feliz. Última viagem com a família toda reunida e meu pai presente.

Fonte: Pipeline Valor