Economia
Quinta-feira, 7 de novembro de 2024

Ibovespa sobe e dólar recua após alta de juros nos EUA, com Brasil no radar

Federal Reserve realizou a maior elevação desde 1994, e expectativa é que o Copom suba a Selic em 0,5 p.p.

dólar caía 0,58%, cotado a R$ 5,104, por volta das 15h29 desta quarta-feira (15), mantendo o movimento após a decisão do Federal Reserve de subir a taxa de juros em 0,75 ponto percentual, dentro do esperado. No mesmo horário, o Ibovespa subia 0,52%, aos 102.591 pontos, com leve recuperação após fortes perdas nas últimas sessões.

Os investidores seguem agora à espera da decisão de juros no Brasil. A expectativa é que o Banco Central eleve sua taxa de juros em 0,5 ponto percentual.

No caso brasileiro, o foco é em uma possível sinalização de que o ciclo terminará em 13,25% ao ano. Já nos Estados Unidos, a posição do banco central, mais dura no combate à inflação, foi bem recebida pelo mercado, mesmo que ela favoreça fluxos de capital fora de bolsas e favoreça o dólar ante outras moedas.

Vale destacar que na quinta-feira (16) não haverá operações no Brasil por conta do feriado de corpus christi. Dessa forma, especialistas entrevistados pelo CNN Brasil Business afirmaram que os juros serão precificados no mercado na sexta-feira (17).

O Banco Central fará nesta sessão leilão de até 15 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1° de agosto de 2022.

Na terça-feira (14), o dólar subiu 0,43%, a R$ 5,134. Já o Ibovespa teve queda de 0,52%, aos 102.063,25 pontos, na menor pontuação desde 10 de janeiro.

Sentimento global

Os investidores ainda mantém uma forte aversão global a riscos desencadeada por temores sobre uma possível desaceleração econômica generalizada devido a uma série de altas de juros pelo mundo para conter níveis recordes de inflação, o que prejudicaria diversos tipos de investimentos.

A principal causa para essa aversão é o ciclo de alta de juros nos Estados Unidos, com a elevação mais recente anunciada pelo Federal Reserve em 4 de maio. A autarquia já chegou a descartar altas de 0,75 ponto percentual nos juros, ou um risco de levar a economia do país a uma recessão, mas sinalizou ao menos mais duas altas de 0,5 p.p.

Os juros maiores nos Estados Unidos atraem investimentos para a renda fixa do país devido a sua alta segurança e favorecem o dólar, mas prejudicam os mercados de títulos e as bolsas ao redor do mundo, inclusive as norte-americanas.

Ao mesmo tempo, o mercado acompanha os dados sobre a economia do país para entender o quão agressivo o Fed poderá ser no processo.

No fim de maio e começo de junho, a visão de que a autarquia não seria tão agressiva no ciclo e o fim de lockdowns em cidades importantes da China aliviaram temores e ajudaram o Ibovespa e o dólar a se recuperar.

Nas últimas semanas, porém, o cenário mudou. A inflação de maio do Estados Unidos sinalizou um quadro mais negativo, reforçando apostas de juros terminais maiores. O Banco Central Europeu (BCE) sinalizou altas de juros a partir de julho, enquanto a China enfrenta um novo aumento de casos de Covid-19 com temores de novas restrições e o risco fiscal no Brasil voltou a ganhar força.

Com isso, a combinação de um cenário doméstico debilitado e a perspectiva no exterior de fortes apertos monetários voltaram a prejudicar o mercado brasileiro.

Fonte: CNN