Política
Sábado, 27 de abril de 2024

Temer desmente Bolsonaro sobre acordo com Moraes

Em nota, o ex-presidente disse que “não houve condicionante” para a carta em que Bolsonaro recuou dos ataques que fez a Alexandre de Moraes

Em resposta a Jair BolsonaroMichel Temer (MDB) afirmou nesta terça-feira (7) que “não houve uma condicionante” para que o presidente divulgasse a carta em que recuou de seus ataques a Alexandre de Moraes, depois dos atos de Sete de Setembro.

Mais cedo, em entrevista ao SBT, o presidente afirmou que, na ocasião, ele e o magistrado fizeram um acordo, que teria sido descumprido.

“Estava eu, Michel Temer e um telefone celular na minha frente. Ligamos pro Alexandre de Moraes e falamos três vezes com ele. Combinamos umas certas coisas para assinar aquela carta. Ele não cumpriu nenhum dos itens que eu combinei com ele. Logicamente eu não gravei essa conversa por questão de ética, jamais faria isso, mas digo que o Alexandre de Moraes não cumpriu uma só das coisas que acertamos naquele momento para assinar aquela carta”, afirmou o presidente.

O presidente se recusou a dizer sobre o que seria o suposto acordo.

Durante as manifestações de Sete de Setembro, Bolsonaro chamou Moraes de “canalha” e disse que não iria mais cumprir suas decisões judiciais. Dias depois, Michel Temer foi até o Palácio do Planalto para tentar apaziguar a relação entre os Poderes.

Na ocasião, Bolsonaro conversou com Moraes por telefone e, na sequência, divulgou uma carta em que disse que seus ataques ocorreram “no calor do momento”.

Em nota, Temer disse que a carta divulgada por Bolsonaro partiu da grandeza dos dois Poderes. O ex-presidente ainda afirmou que o momento é de prudência e responsabilidade.

“Em relação à declaração de hoje do Senhor presidente da República sobre a assinatura da carta de 9 de setembro, tenho o dever de esclarecer que fui a Brasília naquela oportunidade com o objetivo de ajudar a pacificar o país e restabelecer o imperativo constitucional da harmonia entre os Poderes. As conversas se desenvolveram em alto nível como cabia a uma pauta de defesa da democracia. Não houve condicionantes e nem deveria haver pois tratávamos ali de fazer um gesto conjunto de boa vontade e grandeza entre dois Poderes do Estado brasileiro. Mais do que nunca, o momento é de prudência, responsabilidade, harmonia e paz.”

Fonte: CNN