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Quinta-feira, 16 de maio de 2024

Precisamos corrigir, não revogar reforma trabalhista, diz Paulinho da Força à CNN

Presidente do Solidariedade voltou a apoiar a pré-candidatura de Lula após desgaste envolvendo vaias em um evento com o ex-presidente

Após um desgaste provocado pelas vaias de apoiadores de Lula na semana passada, o presidente do Solidariedade, Paulinho da Força, decidiu retomar a aliança com o PT e o apoio à candidatura do ex-presidente petista ao Palácio do Planalto.

Em entrevista à CNN nesta terça-feira (19), Paulinho, inclusive, deu opiniões sobre medidas que devem ser adotadas em um eventual novo governo do PT. Segundo o sindicalista, discutir revogação da reforma trabalhista, como vem defendendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva Lula, é “besteira”.

A reforma, aprovada no governo do ex-presidente Michel Temer em 2017, é alvo frequente de críticas por parte de Lula e do PT. Após a reunião que formalizou a federação com PCdoB e PV, membros do Diretório Nacional petista decidiram que será sugerida aos demais partidos a revogação da reforma.

Mas, na opinião de Paulinho da Força, uma revogação não é necessária, e sim a correção de alguns pontos. “Eu conheço muito bem a reforma trabalhista que foi feita, até porque fui um dos que trabalhou para derrotá-la, mas quem conhece o Congresso e a reforma sabe que não é preciso revogar, precisa corrigir alguns pontos”, disse.

O sindicalista disse ser a favor da “livre negociação entre patrões e empregados sem a interferência do governo”, e afirmou que, para isso, seria necessário revisar o artigo 611 B do pacote que alterou a legislação trabalhista.

“Eu corrigiria um ou dois pontos da reforma. Um deles o artigo 611 B, que inibe que os sindicatos façam suas negociações. Talvez não precise nem de revogar aquele artigo, precisa apenas de uma correção. Eu mesmo tentei fazer isso no Congresso e acabei perdendo na última votação por cem votos”, afirmou Paulinho.

Com a correção do trecho mencionado, Paulinho considera que seria possível que patrões e funcionários fizessem acordos livremente. “Acho que é isso que a gente quer para o Brasil. E acho que é possível fazer sem revogar a reforma trabalhista”, concluiu.

Encontro com tucanos não foi planejado

Paulinho da Força negou que o encontro que teve com com o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) e o ex-governador Eduardo Leite (PSDB-RS) tenha sido agendado para pressionar Lula e o PT.

O sindicalista afirmou que a reunião foi, na verdade, uma coincidência de agendas. “O Aécio estava em São Paulo e o Eduardo Leite também, e ele me convidou para tomar um café e, pela amizade, estive lá”, esclareceu.

A pauta do encontro foi o atual cenário da política brasileira, e, segundo Paulinho, a discussão sobre uma possível candidatura de Leite à Presidência não aconteceu pois o ex-governador gaúcho “tem uma disputa interna no PSDB”.

“Me chamaram para tomar um café. Foi basicamente isso, embora considere o Eduardo um grande governador e um nome que vai disputar, embora não acredito que a terceira via tenha viabilidade”, afirmou.

Disputa presidencial

Na avaliação de Paulinho, “cada dia que passa a impressão que temos é que a eleição será polarizada entre Lula e Bolsonaro”. O sindicalista ainda foi categórico ao dizer que não acredita na possibilidade de construção de uma candidatura forte de terceira via, nem mesmo na de Ciro Gomes, com quem Paulinho já concorreu a vice em 2002.

Paulinho disse defender uma “aliança ampla que junte não só partidos de esquerda, mas partidos de centro e lideranças do Brasil inteiro, com movimentos sociais e sindicais”.

O sindicalista afirmou que o Solidariedade irá confirmar o apoio à candidatura de Lula no dia 3 de maio, quando a executiva do partido se reunirá.

Fonte: CNN