Criada há menos de três anos, companhia foi avaliada em mais de R$ 1 bilhão
O Itaú acaba de anunciar a compra do controle da corretora Ideal, com a opção de levar o restante da empresa em cinco anos. A transação mostra como a geração de valor no universo financeiro continua em ritmo acelerado. A Ideal foi criada há menos de três anos e está sendo avaliada em R$ 1,3 bilhão.
O cheque do Itaú será de R$ 651,3 milhões por 50,1% da corretora, que envolve aporte no caixa e compra de ações dos demais sócios. A Ideal foi fundada por executivos que fizeram carreira na Link (adquirida pelo UBS), como Nilson Monteiro e Lucas Cury.
A companhia tem share da ordem de 20% no mercado de derivativos e de quase 10% em ações mesmo com o pouco tempo de operação. A corretora é digital e opera com clientes institucionais, majoritariamente – este ano, começou a atender indiretamente o varejo no modelo white label, com o escritório de agente autônomo Guru.
Em setembro passado, a Ideal recebeu um aporte de R$ 100 milhões da Kaszek, um capital já carimbado para a pretendida expansão no varejo. Apesar de ser uma estratégia recente e incipiente na casa, o Itaú diz que foi um dos pontos que chamou atenção no negócio.
“Por meio dessa plataforma, o banco avançará em sua estratégia de distribuição de produtos de investimentos para clientes pessoas físicas por meio de canais de distribuição alternativos, em parceria com a Ideal”, disse o Itaú em nota, emendando que o negócio poderá, “futuramente, acelerar a entrada do banco no mercado de agentes autônomos, em complemento ao modelo utilizado hoje.
A aquisição em corretagem, logo após o Itaú começar a se desfazer da posição em XP, não estava no radar dos analistas – ontem, cogitava-se que o banco estivesse de olho na operação do Citi no México, já que a marca americana está fechando as portas por lá. Diferentemente da transação com a XP, desta vez o Itaú já amarrou o controle na entrada.
Fonte: Valor Pipeline