O pré-candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, foi alvo de mandados de busca e apreensão cumpridos pela Polícia Federal nesta quarta-feira por supostas irregularidades nas obras da Arena Castelão, estádio localizado em Fortaleza e usado na Copa do Mundo de 2014, e reagiu nas redes sociais acusando o presidente Jair Bolsonaro de criar um “Estado policial”.
“Até esta manhã, eu imaginava que vivíamos, mesmo com todas imperfeições, em um pais democrático. Mas depois da Polícia Federal subordinada a Bolsonaro, com ordem judicial abusiva de busca e apreensão, ter vindo a minha casa, não tenho mais dúvida de que Bolsonaro transformou o Brasil num Estado policial que se oculta sob falsa capa de legalidade”, escreveu Ciro no Twitter.
Segundo reportagem da revista Veja, o senador Cid Gomes (PDT-CE), irmão de Ciro, também foi alvo de mandados de busca e apreensão determinados pela Justiça e cumpridos pela Polícia Federal.
“Não tenho nenhuma ligação com os supostos fatos apurados. Não exerci nenhum cargo público relacionados com eles. Nunca mantive nenhum tipo de contato com os delatores. O que, aliás, o próprio delator reconhece quando diz que NUNCA me encontrou”, prosseguiu Ciro em sua publicação no Twitter.
“Não tenho dúvida de que esta ação tão tardia e despropositada tem o objetivo claro de tentar criar danos à minha pré-candidatura à Presidência da República”, disse o pedetista.
O presidenciável prometeu ainda processar os responsáveis pelo que chamou de “ataques”.
“Essa história não ficará assim. Vou até as últimas consequências legais para processar aqueles que tentam me atacar. Meus inimigos nunca me intimidaram e nunca me intimidarão.”
Pesquisa Ipec sobre a eleição presidencial do ano que vem mostrou Ciro na quarta posição na preferência do eleitorado, bastante distante do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que lidera com folga, e de Bolsonaro, que aparece isolado em segundo lugar. O terceiro colocado, empatado tecnicamente com Ciro, é o ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro.
Procurados, o Ministério Público Federal no Ceará e a Polícia Federal não responderam a pedidos de comentários sobre as investigações envolvendo as obras do Castelão e a ação desta quarta.
Fonte: Reuters