Destaques
Quinta-feira, 7 de novembro de 2024

Inflação salgada pressiona os negócios na véspera de decisão do Copom e Ibovespa abre o dia em queda; dólar e juros sobem

Além da inflação acima do esperado, o mercado de trabalho brasileiro mostrou uma recuperação mais lenta do que a projetada, o que também pesa sobre o Ibovespa

Na véspera da decisão de política monetária do Banco Central brasileiro, os investidores locais possuem mais um dado econômico indigesto para adicionar ao balanço de riscos. 

A prévia da inflação oficial divulgada nesta manhã, o IPCA-15, mostrou que os preços seguem se elevando em ritmo acelerado. O indicador avançou 1,20% em outubro, acima da mediana das projeções de alta de 1%. No ano, o acumulado é de 8,30% e, em 12 meses, a alta é de 10,34%, também acima das expectativas. 

Com a saúde fiscal do país também gerando preocupações, as conversas sobre uma possível privatização da Petrobras dificilmente amenizarão o mau humor dos investidores. Isso porque boa parte do mercado acredita que a operação dificilmente caminhará com a proximidade do ano eleitoral e a fila de reformas travadas no Congresso. 

Por volta das 10h30, o principal índice da bolsa brasileira operava em queda de 1,17%, aos 107.480 pontos. O dólar à vista sobe e volta a se aproximar da casa dos R$ 5,60, em alta de 0,5%. O mercado de juros futuros também é pressionado pela inflação salgada e aumentam as projeções de que o BC deve elevar a Selic em pelo menos 1,5 ponto percentual.

Não foram apenas os números do IPCA-15 que decepcionaram os investidores. Logo cedo, também foi conhecido o volume de novas vagas de trabalho. O Caged mostrou a criação de 312 mil postos, enquanto a expectativa do mercado era de 367 mil.

Logo cedo, quando os dados foram divulgados, alguns dos principais contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) chegaram a entrar em leilão após atingirem a oscilação máxima, repetindo um movimento que também foi visto na semana passada, durante o auge da crise no ministério da Economia. Confira as taxas do dia:

  • Janeiro de 2022: de 8,32% para 8,62%
  • Janeiro de 2023: de 11,17% para 11,66%
  • Janeiro de 2025: de 11,67% para 12%
  • Janeiro de 2027: de 11,88% para 12,05%

Um fator que pode ajudar algumas empresas a escaparem do clima pesado da bolsa brasileira são os balanços do terceiro trimestre. Lá fora, os resultados também seguem no centro das atenções. Logo na abertura, o Dow Jones e o  S&P 500 voltaram a renovar suas máximas. 

Fonte: SeuDinheiro