Destaques
Sexta-feira, 26 de julho de 2024

BC injeta mais de US$ 2 bi no mercado e dólar se sustenta em R$ 5,50; Ibovespa sobe mais de 1% na volta do feriado

O espaço sideral mais uma vez roubou a cena nesta volta do feriado. Dessa vez, a Blue Origin, empresa aeroespacial de Jeff Bezos, lançou ao espaço ninguém mais ninguém menos do que o lendário Capitão Kirk da clássica série Jornada nas Estrelas – o ator William Shatner, de 90 anos. 

As aventuras espaciais não pararam por aí. No Brasil, coube ao Banco Central a tarefa de puxar o freio de mão e impedir que a taxa de câmbio mais uma vez voasse em direção às estrelas. 

Com a crise político-fiscal constante, inflação em escala global e a perspectiva de elevação de juros nos Estados Unidos cada vez mais consolidada, o real não tem tido vida fácil e a moeda americana já acumula uma valorização de mais de 6% no ano. 

A quarta-feira terminou com três atuações do BC no câmbio, no maior volume de operações diárias desde março, e uma queda de 0,51% no dólar à vista, a R$ 5,5091.  Na máxima do dia, a moeda americana chegou a ser cotada a R$ 5,57.

Touros e Ursos CAPA – Bolsa – Dólar

Os dois primeiros leilões já estavam programados – uma operação tradicional de rolagem (US$ 700 milhões) e um leilão de swap de US$ 750 milhões, parte da estratégia para segurar o efeito de fim de ano do overhedge. Ainda assim, o dólar custou a abandonar o campo positivo. 

A divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve era muito aguardada, principalmente após um novo indicador de inflação vir acima do esperado nos Estados Unidos, mas o leilão extra de US$ 1 bilhão realizado pelo BC brasileiro roubou a cena. 

Já o mercado de juros operou em queda ao longo de todo o dia, mesmo após Fábio Kanczuk, diretor de Política Econômica do Banco Central, ter afirmado que o BC não tem compromisso com a alta de 1 ponto percentual na próxima reunião. Confira as taxas do dia:

  • Janeiro de 2022: de 7,28% para 7,30%
  • Janeiro de 2023: de 9,07% para 9,06%
  • Janeiro de 2025: de 10,08% para 10,01%
  • Janeiro de 2027: de 10,41% para 10,36%

Ignorando as perdas registradas ontem pelos índices americanos e o clima de incerteza que rondou Wall Street ao longo da tarde, o Ibovespa abriu o dia em alta firme e lá permaneceu. Enquanto as bolsas americanas fecharam com sinais mistos, pesando inflação e Fed, o principal índice da bolsa brasileira encerrou a quarta-feira em alta de 1,14%, 113.455 pontos. 

Ainda que o recuo do minério de ferro tenha pesado sobre as empresas do setor de mineração e siderurgia, o índice voltou a ganhar tração após comentários otimistas do presidente da Câmara sobre a PEC dos Precatórios. 

Morde e assopra

Mais cedo, o presidente da Câmara, Arthur Lira, afirmou que o texto da PEC deve ir a plenário na próxima semana, com a perspectiva de uma “vitória tranquila”, o que deu mais tranquilidade aos investidores brasileiros.

Mas o Ibovespa teve a pressão de nova queda do minério de ferro. Durante o feriado, a commodity voltou a recuar no porto de Qingdao, apagando os ganhos da semana e pesando sobre Vale e siderúrgicas. O principal gatilho para a desvalorização segue sendo a queda da produção de aço na China por meio das medidas restritivas adotadas pelo governo local. 

Pontapé inicial

A bola já está rolando em Wall Street. Como já é tradicional, os grandes bancos americanos deram a largada na temporada de balanços do terceiro trimestre, que teve início com a divulgação dos números do JP Morgan e da BlackRock. Mas os números que chamaram a atenção hoje mais uma vez vieram de indicadores de inflação.  

A inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) veio acima das expectativas do mercado, em alta de 0,4% em setembro, elevando a taxa anual a 5,4%. O número reforça a perspectiva de redução de compras de ativos por parte do Federal Reserve já na próxima reunião. A ata do último encontro, divulgada durante a tarde, confirmou que esse deve mesmo ser o caminho seguido pelo BC americano. 

Nos Estados Unidos, os investidores também seguem atentos aos movimentos do Congresso para tentar evitar uma crise com relação ao teto da dívida.

Ontem, a Câmara aprovou medida para elevar o limite em US$ 480 bilhões. O projeto que já foi aprovado também no Senado agora segue para a sanção do presidente Joe Biden. Essa não é uma solução permanente. Segundo o Tesouro, esse novo limite para emissão de títulos de dívida permite o cumprimento de obrigações até o dia 3 de dezembro.

Fonte: SeuDinheiro