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Sábado, 27 de abril de 2024

Retomada perde força e atividade encolhe 0,3% no segundo trimestre, diz Monitor do PIB da FGV

A atividade econômica do país encolheu 0,3% no segundo trimestre, na comparação com os três primeiros meses de 2021, indicam dados do Monitor do PIB, calculado pelo FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas). O resultado foi divulgado nesta terça-feira (17).
Na comparação com o segundo trimestre do ano passado, houve crescimento de 12,1%. O pesquisador Claudio Considera, coordenador do levantamento, sinalizou que o desempenho positivo está relacionado à base de comparação fragilizada pela pandemia.
“Entretanto, a economia apresentou retração de 0,3% no segundo trimestre comparado ao primeiro, evidenciando que houve certo otimismo com o resultado do primeiro trimestre (alta de 1,2%)”, acrescentou.
Segundo Considera, “ainda há um longo caminho para a retomada mais robusta da economia”.
O Monitor do PIB busca antecipar o ritmo da atividade econômica no país. A divulgação é mensal.
Em junho, o indicador apontou avanço de 1,2% na comparação com maio. Frente a junho de 2020, houve elevação de 10,1%.
O resultado oficial do PIB do segundo trimestre será apresentado no dia 1º de setembro pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Na visão de analistas, a vacinação contra a Covid-19 tende a beneficiar setores como o de serviços, que depende da circulação de clientes, ao longo do segundo semestre.
O segmento de serviços é o principal componente do PIB sob a ótica da oferta, respondendo por cerca de 70% do indicador. Reúne uma grande variedade de negócios, de pequenos comércios a instituições financeiras e de ensino.
O desemprego e a inflação em alta, por outro lado, desafiam a recuperação econômica mais consistente.
No trimestre encerrado em maio, dado mais recente disponível, a taxa de desemprego foi de 14,6% no país. Havia 14,8 milhões de trabalhadores desocupados à época.
A escalada da inflação nos últimos meses tem sido puxada pela energia elétrica, que ficou mais cara em razão da crise hídrica. A escassez de chuva derruba o nível de reservatórios de usinas hidrelétricas, forçando o acionamento de térmicas, que envolvem custos maiores. O reflexo é a conta de luz mais alta na casa dos consumidores e nas empresas.

Fonte: FolhaPress/Leonardo Vieceli