Internacional
Quinta-feira, 2 de maio de 2024

China usa coerção para reduzir taxa de natalidade de uigures em Xinjiang, diz entidade

 Políticas coercivas adotadas em Xinjiang, região do extremo oeste da China, provocam um declínio acentuado nas taxas de natalidade de uigures e outras minorias, o que pode reforçar os indícios de genocídio, disse um centro de pesquisa australiano em um relatório divulgado na quarta-feira.

Citando dados chineses oficiais, o relatório do Instituto Australiano de Política Estratégica (Aspi) disse ter havido uma “queda inédita e abrupta nas taxas de natalidade oficiais de Xinjiang desde 2017”, quando a China iniciou uma campanha para controlar tais taxas na região.

As taxas de natalidade de Xinjiang caíram quase pela metade de 2017 a 2019, e condados cuja população é predominantemente uigur ou de outro grupo minoritário testemunharam declínios muito mais acentuados do que outros condados, disse o instituto financiado pelo governo no relatório.

A China insiste que as mudanças nas taxas de natalidade estão ligadas a políticas de saúde e economia melhores e rejeita com firmeza as acusações de genocídio.

O Aspi “fabrica dados e distorce fatos”, disse Hua Chunying, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, em uma coletiva de imprensa diária em Pequim nesta quinta-feira.

A população uigur de Xinjiang cresceu mais rápido do que a de Han entre 2010 e 2018, e as políticas de controle de natalidade de Xinjiang não visam nenhum grupo étnico minoritário em particular, disse ela.

“Nossa análise leva adiante um trabalho anterior e fornece indícios contundentes de que as políticas do governo chinês em Xinjiang podem constituir um ato de genocídio”, disse o Aspi.

Fonte: IstoéDinheiro