Economia
Sexta-feira, 17 de maio de 2024

JBS compra a Vivera, crescendo em plant-based na Europa

A JBS está comprando a Vivera, uma fabricante europeia de produtos à base de plantas, aumentando sua aposta num nicho de mercado que cresce vigorosamente e comanda altos múltiplos na Bolsa — e que vai competir ou coexistir com o negócio ‘core’ da família Batista.

A Vivera tem o terceiro market share em produtos plant-based na Europa e é a maior produtora independente do Velho Continente (a No. 1 e No. 2 pertencem à Nestlé e à Monde Nissin). A companhia trabalha com marca própria e faz private label para os grandes varejistas da Europa; seu faturamento cresceu entre 25% e 30% ao ano nos últimos dois anos.

A JBS está pagando € 341 milhões pelo negócio, que faturou € 86 milhões (ou US$ 100 milhões) ano passado. Assumindo que a Vivera fature 20% a mais este ano, a JBS está pagando 3,3x a receita de 2021. A transação posiciona a JBS para ter operações plant-based em cada uma de suas geografias mais relevantes, abrindo caminho para um negócio global (e com múltiplo alto) mais adiante.

Nos EUA, a companhia tem a Planterra, que começou há apenas dois anos e cuja marca OZO vai de hambúrgueres a carne moída e salsichas. Na Europa, a Moy Park, subsidiária da JBS, já tem uma linha de produtos com base vegetal, a Kitchen Range Foods.

No Brasil, a Seara criou a linha Incrível, que é líder de mercado na categoria e tem mais de 55% de market share no hambúrguer vegetal, segundo a Nielsen. A companhia, que tem produtos como escondidinho e pernil desfiado, recentemente lançou um bacalhau plant-based, vendido entre o Natal e a Quaresma.

Para ilustrar a escala do negócio, o CEO Gilberto Tomazoni disse ao Brazil Journal que o faturamento da Vivera já é maior que a receita de US$ 88 milhões que a Beyond Meat fez em 2018, o ano anterior a seu IPO. A Vivera opera em 25 países, mas 70% das vendas estão na Alemanha, Reino Unido e Holanda — os maiores mercados do plant-based. A transação inclui três fábricas e um centro de P&D.

O management será mantido e a companhia será operada independentemente. A JBS não divulgou o EBITDA, mas um porta-voz da empresa disse que a companhia já é lucrativa.

Fonte: Brazil Journal