Economia
Terça-feira, 5 de novembro de 2024

Indústria das motos começa mal o ano, mas mantém otimismo

As fabricantes de motocicletas tentam enxergar sinais positivos em meio a um momento difícil do setor, um dos mais afetados pela pandemia da Covid-19.

A Abraciclo, entidade que representa a indústria das duas rodas, projeta um crescimento de 10,2% na produção em 2021 em relação ao ano anterior, o que significa a fabricação de 1,06 milhão de motos ao longo do ano.

O número não compensa as perdas de 2020. Em comparação a 2019, houve queda de 13,2% na produção.

E há um outro problema: neste momento, muitas linhas de montagem estão paradas.

As unidades fabris do segmento estão concentradas no Polo Industrial.

A Honda, principal produtora de motocicletas no Brasil, interrompeu as atividades no dia 22 deste mês e deve retornar nesta quarta (3). A paralisação se deve ao coronavírus e à falta de insumos para a fabricação —fornecedores locais e o setor de importação também foram afetados.

De acordo com a Abraciclo, houve uma queda de 50% na montagem de motocicletas neste início de ano, o que deve levar a filas de espera Brasil afora, principalmente por modelos mais populares.

A Honda, por exemplo, fabrica a CG 160, modelo mais comercializado no Brasil.
Essa possível demora nas entregas mostra que o mercado está aquecido, e este é o fator que faz a Abraciclo manter o otimismo enquanto espera pela vacinação em massa.

A entidade acredita que as vendas no varejo terão um crescimento de 7,1% em 2021 na comparação com 2020. Espera-se que 980 mil unidades sejam emplacadas neste ano.

Com a consolidação dos serviços de delivery durante a pandemia, as motos de baixa cilindrada devem puxar o crescimento do mercado. Scooters também se tornam opções de baixo custo para quem pretende evitar as aglomerações no transporte público.

Já as motocicletas estradeiras, maiores e mais caras, devem ganhar força quando for possível voltar a viajar com mais segurança —algo que só vai ocorrer quando a imunização chegar às parcelas mais jovens da população.

Fonte: Folha