O gigante do comércio eletrônico Aliexpress busca conquistar o Brasil. Um dos grandes obstáculos para a plataforma é a logística e o prazo longo para os produtos chegarem à casa dos consumidores do outro lado do mundo. esse problema está prestes a ficar um pouco menor.
O comércio eletrônico, que pertence ao Grupo Alibaba, ampliou para três voos fretados semanais a conexão do Brasil com vendedores da China. Os voos exclusivos, viabilizados pela empresa de logística Cainiao, do mesmo grupo, agora permitem que os pedidos feitos sejam entregues em 30 dias.
“O Brasil está entre os cinco maiores mercados do AliExpress em todo o mundo e estas mudanças não só melhoraram a experiência de compra dos brasileiros, como se refletiram em alta de 40% nas vendas de diversas categorias de produtos relacionados ao dia a dia, ao longo deste ano”, afirma Yan Di, diretor geral do AliExpress no Brasil, em nota.
O prazo de entrega passa a ser um quesito cada vez mais importante. Por aqui, varejistas investem em centros de distribuição por todo país, usam lojas físicas para fazer entregas de compras virtuais e criam suas próprias divisões de logística para entregar em poucas horas ou no dia seguinte. Assim, mesmo que o prazo de entrega da concorrente chinesa diminua, ela ainda sofre grande concorrência com as brasileiras.
Novos serviços e facilidades
Por ser um marketplace, os produtos comercializados no Aliexpress frequentemente são vendidos por lojas diferentes, que podem optar por enviar as encomendas individualmente a seus clientes. Para reduzir os custos e prazos de entrega, a plataforma desenvolveu uma tecnologia de consolidação de pedidos chamada “AliExpress Direct”. Este recurso possibilita reconhecer todos os pedidos feitos em diferentes lojas do AliExpress e reuni-los em uma única remessa, o que reduz o custo final de entrega.
O serviço está disponível para 10 milhões de itens na plataforma e permite entrega gratuita em pedidos a partir de 15 dólares. Antes, o valor mínimo para obter frete gratuito na plataforma era o dobro, 30 dólares.
No Brasil, o serviço de e-commerce adaptou-se também ao hábito local de parcelar as compras, ao permitir que cartões de crédito emitidos no Brasil dividissem as vendas em até seis parcelas sem juros. Desde março, quando passou a estar disponível para pedidos a partir de 10 dólares, o parcelamento tornou-se a forma de pagamento que mais cresce entre consumidores do AliExpress.
O Aliexpress também passou a oferecer atendimento ao cliente em portugês e a possibilidade de fazer devoluções sem custos para certos produtos.
Números surreais
No ano fiscal encerrado em março, que inclui a operação de 2019, a empresa chegou ao recorde interno de 1 trilhão de dólares em produtos vendidos (o chamado GMV), incluindo as vendas de terceiros no marketplace.
Mas apesar da alta nas vendas, o lucro líquido da empresa caiu 99% no primeiro trimestre, para 49 milhões de dólares. A Alibaba afirma no balanço que as perdas vieram da queda nos mercados, que levou a empresa a perder dinheiro com investimentos. Descontados estes fatores, a companhia afirma que o lucro foi de 3,5 milhões de dólares, alta de 11%.
Fonte: Exame