MARINA DIAS
WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) – Donald Trump e seu adversário, Joe Biden, enfrentam-se na noite desta terça-feira (29) no primeiro debate entre os candidatos à Casa Branca, na tentativa de dominar a narrativa e a atenção do eleitor cada vez menos interessado neste tipo de evento.
A estreia ao vivo –e com transmissão pela TV– é a chance para o republicano e o democrata amplificarem suas estratégias a 35 dias da eleição, mas pesquisas indicam que o número de indecisos está abaixo de 10% nos EUA e o grupo que pode ser influenciado pelo debate é o menor em 20 anos.
Segundo levantamento feito pelo Wall Street Journal/NBC News, mais de 70% dos americanos dizem que não consideram o debate muito importante para decidir o voto, sendo que 44% afirmam que o evento não influencia de maneira nenhuma sua escolha para novembro.
Os índices dos que veem nos debates a chance de decidir o candidato têm caído bastante desde 2012, quando 38% diziam que o evento era muito importante para bater o martelo sobre o voto –hoje são 29%.
Ainda assim, auxiliares de Trump e Biden acreditam que o primeiro debate será relevante em meio à pandemia que já matou mais de 200 mil pessoas nos EUA e imprimiu nova dinâmica à campanha, fazendo com que a maior parte dos eventos –principalmente do lado democrata– acontecesse de maneira virtual.
Biden lidera a média das pesquisas nacionais, mas Trump tem ganhado terreno em estados considerados chave, como Flórida e Pensilvânia. Diante do cenário cada vez mais disputado, a estratégia do democrata será cristalizar a mensagem de que a eleição deve ser um referendo sobre a condução errática e ineficaz do presidente diante da pandemia.
Trump, por sua vez, quer mudar de assunto e deve insistir na ideia de que o ex-vice de Obama é velho e não tem capacidade mental para governar o país –o presidente tem 74 anos, enquanto Biden completa 78 em novembro.
Neste fim de semana, Trump voltou a pedir que o adversário faça um teste de drogas antes ou depois do debate presidencial. Ele diz que a “energia e o desempenho” do democrata mudaram drasticamente depois de um início de campanha pouco potente, insinuando, sem provas, que Biden usa drogas.
Auxiliares dizem que o ex-vice de Obama não deve perder tempo rebatendo todos os ataques e informações falsas vociferadas pelo presidente, no habitual roteiro diversionista que costuma favorecer o republicano, mas também não pode ficar na defensiva, e precisa responder temas importantes.
Nos bastidores, porém, assessores de Biden não escondem a apreensão. O democrata é conhecido por cometer gafes em público e já perdeu a paciência com eleitores que o contradizem –em março, Biden xingou e ameaçou dar um tapa em um operário que o questionou sobre controle de armas, por exemplo.
Por causa da pandemia, os candidatos não se cumprimentarão com o tradicional aperto de mãos no início do debate, que será realizado em Cleveland, em Ohio, com mediação do jornalista Chris Wallace, da Fox News.
A plateia, geralmente de quase mil pessoas, deve cair para cerca de 80, que estarão no local de máscara e respeitando o distanciamento social, após passarem por testes para detectar Covid-19.
Para além dos ataques pessoais e do discurso nacionalista, a expectativa é que o presidente explore sua indicação da juíza conservadora Amy Coney Barrett à Suprema Corte, confirmada no sábado (26). Com o movimento, considerado um dos mais importantes da corrida à Casa Branca, Trump acenou à sua base, bastante sensível à composição do tribunal, e desviou parte da atenção pública de sua condução da pandemia, além de tentar impactar uma possível judicialização do pleito de novembro.
Do lado de Biden, há também um fato novo a ser esmiuçado. No domingo (27), o jornal The New York Times revelou que Trump ficou dez anos sem pagar impostos e pagou apenas US$ 750 (R$ 4.171) em 2016, quando venceu Hillary Clinton.
O presidente nega as acusações, mas Biden quer aproveitar o episódio para tentar afastar de Trump o eleitorado da classe trabalhadora, sob argumento de que o republicano burla leis para manter privilégios e paga menos impostos do que muitos americanos de classe média.
O Partido Democrata chegou a pedir que houvesse um checador independente no estúdio para contestar ao vivo as informações ditas pelos dois candidatos, o que foi rechaçado pelos organizadores do evento.
A ideia era que Biden não perdesse muito tempo nem energia desmentindo o presidente ou, na pior da hipóteses, não fosse engolido pela retórica muitas vezes mentirosa de Trump.
Agora, afirmam aliados, Biden precisa de um desempenho ao menos mediano diante da árdua tarefa de se equilibrar entre ataque e defesa, sem perder a postura de presidenciável.
Democratas lembram que Obama não foi bem no primeiro debate em 2012, mas, mesmo assim, foi reeleito naquele ano. Republicanos, por sua vez, lembram que Hillary Clinton foi considerada vencedora de todos os embates com Trump em 2016, mas acabou derrotada em novembro.
Internacional
Quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025
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