Enquanto Itaú e XP brigam através da imprensa, o BTG correu por fora e tirou o maior escritório de agentes autônomos de investimento da corretora.
Com mais de R$ 8 bilhões sob assessoria e 40 mil clientes, o EQI Investimentos (sigla para Eu Quero Investir) vai virar a bandeira para o banco de André Esteves.
A notícia foi divulgada pelo jornalista Lauro Jardim, do O Globo, e confirmada pelo Monitor do Mercado.
São mais de 300 assessores de investimentos, de acordo com o site do EQI, que ainda estampa a marca da XP.
O BTG comprou 49% do escritório e fará dele uma corretora, que usará a infraestrutura do banco.
Fontes afirmam que até o fim do mês, outros escritórios anunciarão movimentação semelhante, mas nenhum tão grande quanto o EQI.
Nessa briga por agentes autônomos, o BTG teve outra vitória recente, quando um escritório que mudou de bandeira foi absolvido da acusação de praticar concorrência desleal, sendo obrigado apenas a pagar uma multa contratual.
Troca de bandeira
No caso que deu recente vitória ao BTG, a XP Inc. foi à Justiça contra o escritório Delfos Investimentos, que trocou de bandeira, acusando-o de concorrência desleal, de violar o contrato de exclusividade e de quebrar o sigilo de clientes que eram da XP, entregando seus dados ao BTG.
Os agentes autônomos, de Campo Grande (MS), rebateram: a XP tentava, na verdade, puni-los, em represália por terem mudado de bandeira.
Na discussão sobre o contrato de exclusividade, o Delfos levou a pior, já que ficou comprovado que ele já estava vendendo produtos para o BTG antes do fim do aviso prévio de 60 dias. Assim, foi condenado a pagar R$ 173 mil de indenização à XP Inc.
Mas em relação à acusação de que o escritório teria sido “estimulado financeiramente” pelo BTG para adotar “práticas fraudulentas” e desviar clientela da XP, saiu-se pior a XP.
Não havia nenhuma prova de que o escritório estivesse compartilhando informações confidenciais de clientes ou usando qualquer meio fraudulento para captar clientela.
Além disso, afirma a sentença do juiz Eduardo Palma Pellegrinelli, eventuais práticas de concorrência desleal praticadas pelo BTG não permitem que se diga que os escritórios que abandonam a XP também o façam.
Fonte: Biznews