IVAN FINOTTI
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Duas das maiores bandas do rock britânico puseram em seus canais do YouTube shows antigos para ajudar seus fãs que estão enfurnados dentro de suas casas durante a quarentena.
As apresentações não poderiam ser mais diferentes. De um lado, a energia e a alegria dos Rolling Stones; do outro, o psicodelismo e a introspecção do Pink Floyd. Escolha seu lado. Ou encare as duas experiências, já que o tempo é longo.
Os Stones vieram com sua turnê de 2016 na América Latina, que passou por oito países e terminou gloriosamente em Cuba, com um show gratuito. Sete canções foram pinçadas dos shows argentinos, peruanos e de São Paulo, formando um programa de pouco menos de uma hora.
As músicas deste domingo (3) foram só a estreia. As apresentações de quarentena seguem pelos próximos cinco domingos no canal oficial da banda no YouTube, com shows da mesma turnê, a “Olé!”, e da “Voodoo Lounge”, de 1994 e 1995, que também passou pelo Brasil.
Os Stones, aliás, lançaram uma nova canção há alguns dias, justamente sobre a pandemia, “Living in a Ghost Town”, ou vivendo numa cidade fantasma.
O show começou de forma pouco óbvia, com “Out of Control”, a música mais recente que os Stones tocaram nessa turnê. Ele saiu no álbum “Bridges to Babylon”, de 1997, e foi cantada com vigor pela plateia. Uma versão calma de “Paint It Black” mostrou diversos argentinos chorando, ensandecidos.
De São Paulo -a banda também tocou no Rio de Janeiro e em Porto Alegre na ocasião- vieram grandes execuções de “Honky Tonk Women” e de “Sympathy for the Devil”, em que Mick Jagger vestiu uma capa vermelha peluda. Keith Richards sorria sem parar no placo e Ron Wood aproveitava todos os momentos para acender um cigarrinho.
As três últimas foram retiradas do show de Lima, no Peru. A tradicional parte em que Richards assume os vocais foi representada aqui por “You Got the Silver”. Foi seguida por “Midnight Rambler” e “Miss You”. Essa última foi a única que veio dos anos 1970. As restantes, com a exceção de “Out of Control”, foram todas dos 1960. Os fãs agradecem.
Já a apresentação exibida pelo Pink Floyd teve outro ritmo, um que em alguns momentos pode ser difícil de acompanhar acordado. Gravada em abril de 1970 para uma TV a cabo em San Francisco, “An Hour with Pink Floyd” tem 58 minutos e seis músicas.
Entrou no ar no dia 1º e fica só uma semana, até esta sexta (8), quando será substituída pelo concerto “Live at Pompeii”, mas não aquele de 1972, e sim uma reedição feita em 2015 por David Gilmour.
O caso é que, em 1970, o Pink Floyd era uma banda em transição. Eles tentavam se libertar da figura central da banda, Syd Barrett, que dois anos antes havia fritado o cérebro de modo irreversível com LSD. David Gilmour foi chamado para seu lugar no vocal e na guitarra, e o baixista Roger Waters começou a compor.
A banda nunca esteve tão hermética quanto nesses quatro ou cinco anos, alternando peças modorrentas com brilhos ocasionais, até que se encontrou no álbum “The Dark Side of the Moon”, em 1973. “An Hour with Pink Floyd” captura bem esse momento.
Abre com 17 minutos de “Atom Heart Mother”, a música que ocupa todo o lado A e deu nome ao famoso LP da vaca, que seria lançado no final de 1970. Não é uma canção, é mais como se fosse uma peça de música erudita tocado com guitarra, baixo, teclados e bateria.
As duas últimas, “Careful with that Axe, Eugene” e “Set the Controls for the Heart of the Sun” seguem a mesma clave, mais parecendo improvisos de mais de dez minutos em um ensaio qualquer (provavelmente a experiência muda se você estiver na mesma onda de Barrett).
Lá no meio temos, aí sim, três canções. “Cymbaline” e “Grantchester Meadows” são razoáveis e têm seu momento de beleza.
Mas a surpresa é “Green Is the Colour”, uma perfeita e delicada balada de amor composta por Waters e cantada por Gilmour. Pena que seja a menor música do programa, com três minutos e meio.
Cultura
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