ANA BEATRIZ GONÇALVES
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Galã da Globo nos anos 1990, Felipe Folgosi, 46, tem conciliado a carreira de ator com a de quadrinista nos últimos anos. Seu mais recente trabalho na TV foi na novela “As Aventuras de Poliana” (SBT), na qual interpretou Luciano Ferreira no final do ano passado. Agora, ele produz uma nova HD, “Knock Me Out”, que deve ser lançada em novembro deste ano.
Apaixonado pelo universo geek desde a infância, Folgosi diz que foi bastante influenciado pelo pai, que era um leitor assíduo de HQs. “Antes mesmo de me alfabetizarem, ele já me comprava gibis como ‘Recruta Zero’, ‘Tio Patinhas’, ‘Turma da Mônica’ e os de super-heróis”, diz o ator, em entrevista ao F5.
Sua primeira HQ de ficção-científica, “Aurora”, foi lançada em 2015. Folgosi afirma que levou alguns anos pesquisando astronomia, física e medicina, para criar um “ponto de partida verossímil para o leitor, para daí extrapolar para o fantástico.” Esse thriller de ficção científica narra a história de um pescador que é banhado por uma misteriosa radiação cósmica e se transforma em um herói que pode ler pensamentos.
Folgosi conta que já praticava a escrita desde os 15 anos, mesma época em que já cursava artes cênicas. “Comecei a escrever cenas, esquetes e alguns poemas. Quando comecei a trabalhar na TV com 17 anos, eu comprei os únicos dois manuais de roteiro editados no Brasil e fui aprendendo a escrever.”
Conciliando a vida de ator com os estudos, Folgosi se formou em cinema na Faculdade de Artes Plásticas da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP) no início dos anos 2000, e passou uma temporada de dois anos estudando cinema e roteiro na UCLA (Universidade da Califórnia em Los Angeles). “Retornei em 2004, e comecei a escrever os vários roteiros que a partir de 2015 fui adaptando para os quadrinhos.”
Como roteirista, Felipe Folgosi gosta de brincar ao dizer que produzir quadrinhos é como correr maratona. “O segredo é ir dosando a energia até o final”, revela o escritor sobre o processo de produção, que pode ser longo e colaborativo, segundo ele. Nesses cinco anos de experiência com HQs, ele afirma que aprendeu a lidar melhor com o processo a cada projeto.
Depois da primeira HQ, que chegou a ser indicada a quatro categorias do Troféu HQ Mix, o Oscar do gênero, Folgosi não parou. Nos anos seguintes, ele publicou mais três obras: “Comunhão” (2017), “Um Outro Dia” (2018), e a continuação de “Aurora”, chamada “Chaos” (2019).
A mais recente graphic novel de Felipe Folgosi é “Knock Me Out”, que deve ser lançada em novembro deste ano, é uma história de ação, com romance e questões filosóficas. A HQ narra a vida de um lutador de jiu-jitsu, Tom Rocco, que se divide entre duas paixões: as artes marciais e seu talento com artes plásticas. Sobre a nova HQ, Folgosi diz que escreveu quando voltou de uma temporada em Los Angeles.
“Quando retornei ao Brasil, queria escrever algo que retratasse a experiência de ser estrangeiro, não só pela adaptação a uma nova cultura e códigos sociais, mas pela necessidade de lidar com distanciamento e solidão. Comecei a pensar nas atividades que o protagonista poderia exercer e lembrei que há muitos brasileiros que vão ensinar jiu-jitsu na Califórnia”, diz o ator, ao relembrar ter praticado artes marciais na juventude.
Com o gosto pela liberdade criativa, Folgosi afirma que faz escolhas subjetivas na hora de decidir sobre o que vai retratar em cada HQ. “Brinco que as ideias pedem para serem escritas e as mais insistentes ganham. Primeiro escrevo como roteiro de cinema em inglês. Após alguns tratamentos, eu traduzo para o português e adapto para os quadrinhos.”
Com mais de 30 anos de carreira, com atuação em novelas na Globo, SBT e Record -essa última, o ator também participou do reality A Fazenda, em 2012, no qual ficou em segundo lugar-, peças de teatros e sitcons, Folgosi está mesmo focado na produção de HQs.
Após “Knock Me Out”, o ator e escritor diz que a última parte da triologia de “Aurora” será lançada em 2021. “Terminei o roteiro da última parte da trilogia de ‘Aurora’. A ideia de poder concluir em breve uma trilogia própria, é algo difícil de traduzir. Será um fechamento de ciclo”, ressalta.
Para Folgosi, a resposta do público sobre o seu trabalho é o que o faz ter mais ideias “Seja nos eventos, seja pelas redes sociais, de como cada um reage, com qual história se identificam mais e porquê”, explica o escritor, que também afirma não ter uma obra preferida. “Todas são muito pessoais”, completa.
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