Economia
Quarta-feira, 3 de julho de 2024

Analistas do mercado reduzem estimativas de inflação para 2023 e 2024

Apesar da queda na estimativa de inflação, projeção para este ano ainda supera teto da meta definido pelo governo, que é de até 4,75%. Números foram divulgados nesta segunda-feira pelo Banco Central.

Os economistas do mercado financeiro revisaram novamente a previsão de inflação para este ano, diminuindo-a de 4,90% para 4,84%.

Essa informação foi divulgada no relatório “Focus”, apresentado pelo Banco Central nesta terça-feira (31). O levantamento abrangeu mais de 100 instituições financeiras, que opinaram sobre as projeções para a economia na semana passada.

Apesar da queda na estimativa de inflação do mercado para 2023, ela ainda permanece acima do teto da meta estabelecida pelo governo, fixada em 3,25% pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A meta de inflação oficial será considerada formalmente atingida se o índice em 12 meses variar entre 1,75% e 4,75%.

Caso a projeção do mercado financeiro se confirme, este será o terceiro ano consecutivo em que a meta de inflação é ultrapassada, ou seja, em que o IPCA fica acima do limite fixado pelo governo. Em 2022, a inflação chegou a 5,79%.

Aumentos na inflação resultam em uma redução do poder de compra das pessoas, principalmente para aquelas com salários mais baixos, uma vez que os preços dos produtos aumentam sem que o salário acompanhe esse crescimento.

Para 2024, a projeção de inflação do mercado financeiro caiu de 3,90% para 3,89%. A meta de inflação para o próximo ano, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3% e será considerada cumprida se ficar entre 1,5% e 4,5%.

O Banco Central já está mirando a meta do próximo ano para definir a taxa básica de juros e tentar controlar o aumento dos preços. Isso acontece porque as alterações na taxa Selic demoram de seis a 18 meses para terem pleno impacto na economia.

Em relação ao crescimento do PIB deste ano, a projeção do mercado financeiro permaneceu estável em 2,24% na última semana. O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.

Essa projeção foi atualizada após a divulgação do resultado do PIB do primeiro trimestre, que registrou uma expansão de 1,9% em comparação com os três últimos meses do ano anterior, superando as expectativas dos economistas.

Quanto à taxa básica de juros da economia, a Selic, o mercado financeiro manteve a expectativa estável em 12% ao ano para o final de 2023. Atualmente, a taxa está em 13,75% ao ano.

Para o final de 2024, a projeção do mercado para a taxa básica de juros caiu de 9,5% para 9,25% ao ano, indicando a continuidade da tendência de queda nos juros para o próximo ano.

Confira abaixo outras estimativas do mercado financeiro, conforme divulgado pelo BC:

  • Dólar: a projeção para a taxa de câmbio para o final de 2023 caiu de R$ 4,97 para R$ 4,91. Para o final de 2024, recuou de R$ 5,05 para R$ 5.
  • Balança comercial: a projeção para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações) em 2023 caiu de US$ 67,6 bilhões para US$ 66 bilhões de superávit. Para 2024, a expectativa para o saldo positivo permaneceu em US$ 60 bilhões.
  • Investimento estrangeiro: a previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil neste ano continuou em US$ 80 bilhões. Para 2024, a estimativa de ingresso permaneceu estável também em US$ 80 bilhões.

Fonte: G1