O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), que esteve no centro de uma queda de braço pública no governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a volta da cobrança de tributos federais sobre combustíveis, minimizou nesta quarta-feira (1º) as críticas feitas pela ala política do partido.
O atual titular da pasta econômica lembrou que, em 2003, o então ministro da Fazenda, Antonio Palocci, também foi alvo da bancada petista no primeiro ano do governo Lula.
“Não sei se em março ou abril de 2003, teve um abaixo-assinado da bancada do PT no Congresso Nacional pedindo a substituição do Palocci. Isso é natural”, afirmou Haddad em entrevista ao portal UOL.
Logo no início do primeiro mandato de Lula, Palocci ouviu críticas da legenda à condução da política econômica. Ainda em janeiro daquele ano, houve aumento da taxa básica de juros (Selic) de 25% para 25,5% ao ano.
No governo atual, petistas e aliados políticos defendiam a manutenção das alíquotas zeradas sobre gasolina e etanol de olho no impacto sobre o bolso dos consumidores e na popularidade do chefe do Executivo. Uma das vozes mais críticas à medida era a da presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR).
Já a equipe econômica pleiteava a volta da taxação sobre combustíveis na tentativa de aumentar a arrecadação da União e mitigar o rombo de R$ 231,55 bilhões nas contas públicas.
Ao UOL, Haddad minimizou as críticas da ala política do governo e destacou que a presidente do PT elogiou “a sensibilidade e o equilíbrio da decisão” depois do anúncio das medidas.
O ministro se referiu à Gleisi como uma pessoa que tem “opiniões fortes”, mas ressaltou que a palavra final cabe ao presidente Lula.
“O importante é que ela defendeu a decisão do presidente Lula, que era o que eu esperava da parte dela, que é uma pessoa que tem opiniões fortes, mas que sabe que a decisão final, quem arbitra os conflitos de posições dentro do governo e fora do governo é o presidente Lula”, disse.
Quanto à volta de tributos, ficou decidido que a alíquota de PIS/Cofins sobe a R$ 0,47 por litro da gasolina e a R$ 0,02 por litro do etanol, enquanto a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) permanece zerada. O governo também definiu que vai taxar em 9,2% as exportações de petróleo bruto por quatro meses.
Enquanto a situação estava em aberto, Gleisi defendeu que fosse definida uma nova política de preços para a Petrobras antes da discussão sobre a retomada dos tributos federais sobre combustíveis. “Não somos contra taxar combustíveis, mas fazer isso agora é penalizar o consumidor, gerar mais inflação e descumprir compromisso de campanha”, escreveu ela em rede social.
Depois do anúncio, a presidente do PT -que tinha sido informada por Lula dos termos da proposta- elogiou a medida nas redes sociais. “Presidente Lula teve sensibilidade para diminuir o impacto da reoneração de combustíveis no bolso do consumidor, com redução de alíquotas dos impostos e do preço na refinaria”, afirmou Gleisi.
Sem citar diretamente o ministro da Fazenda, a deputada federal defendeu a construção de uma política de preços mais justa e revisão do que chamou de indecente distribuição de dividendos da Petrobras.
A decisão final sobre os combustíveis foi interpretada como uma vitória de Haddad na queda de braço pública no governo. O chefe da pasta econômica, por sua vez, disse que prefere “não raciocinar dessa maneira”. Segundo ele, “ministro da Fazenda não ganha todas, aliás perde a maioria”.
Além do preço dos combustíveis, a pressão de membros do governo e aliados de Lula sobre Haddad inclui outros pontos da agenda econômica. Uma preocupação especial tem sido o cenário do crédito no país.
Economia
Sábado, 18 de maio de 2024
Dólar | R$ 5,18 | 0,000% |
Peso AR | R$ 0,03 | 0,164% |
Euro | R$ 5,59 | 0,000% |
Bitcoin | R$ 114.180,92 | 0,096% |
Ibovespa cai 0,10%, aos 128,1 mil pontos, mas avança 0,43% na semana
O Ibovespa teve mais um dia de variação contida, de menos de 800 pontos entre a mínima (127.696,11) e a máxima (128.463,70) da sessão desta sexta, 17, na qual iniciou aos 128.279,80 pontos. Ao fim, o índice lutou para preservar a linha dos 128 mil pontos e conseguiu fechar aos 128.150,71, em baixa de 0,10%,...
Economia
Dólar cai para R$ 5,10 com China e Campos Neto no radar
O dólar à vista emendou o segundo pregão consecutivo de queda na sessão desta sexta-feira, 17, e fechou na linha de R$ 5,10, nos menores níveis em cerca de dez dias. Anúncio de estímulos imobiliários na China e nova alta do minério de ferro deram fôlego a divisas emergentes, apesar do avanço das taxas dos...
Economia
Taxa de alfabetização no Brasil chega a 93%, revela IBGE
O IBGE divulgou nesta sexta-feira, 17, um novo recorte com base no Censo 2022 em que mostra que a taxa de alfabetização no Brasil chegou a 93%. O índice, que vem melhorando ao longo das décadas, não é uniforme. Enquanto algumas cidades têm taxa de alfabetização próxima a 100%, como a catarinense São João do...
Sem categoria
UE vai investigar a Meta por suposto efeito nocivo das redes sociais em crianças
A União Europeia (UE) abriu uma investigação sobre a Meta, dona do Facebook e o Instagram, para apurar se as redes sociais estão causando efeitos nocivos em jovens e crianças. Para a UE, é provável que as ações das plataformas não estejam de acordo com o determinado pela DSA (sigla em inglês para a Lei dos Serviços Digitais). A...
Tecnologia
Lula sanciona volta da cobrança do DPVAT, mas veta multa por não pagamento
“Jabuti” inserido no texto permite que governo abra espaço fiscal de R$ 15 bi fora do arcabouço O presidente Lula sancionou o projeto de lei que recria o seguro obrigatório para vítimas de acidente de trânsito, conhecido como DPVAT e agora rebatizado para SPVAT. A expectativa é para que a cobrança seja retomada em 2025...
Política
Reviravolta nos juros? 4 ações para comprar se a Selic cair menos que o previsto
Bofa lista suas “bond proxies” favoritas – ações que geralmente se saem melhor em cenários de juros mais altos O time de analistas do Bank of America, no fim de abril, elevou sua projeção para a Selic ao fim de 2024 de 9,5% para 10,25%, com um ciclo de flexibilização monetária que, na visão do...
Economia
Portugal passa a cobrar imigrantes no início do processo de regularização
A psicóloga Caroline Azevedo faz parte do contingente de pelo menos 400 mil brasileiros que decidiram viver em Portugal, de acordo com números oficiais do ano passado. Como muitos deles, ficou surpresa ao receber, na semana passada, um email da Aima (Agência para Integração, Migrações e Asilo).Na mensagem, o órgão cobrava o pagamento de uma...
No Mundo