
Em reunião com dirigentes do Republicanos, Lula citou a possibilidade de ter o governador como adversário na eleição presidencial
A possibilidade de uma candidatura presidencial do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), foi discutida durante almoço realizado nesta terça-feira entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e representantes do Republicanos.
De acordo com relatos de participantes do encontro, Lula disse que tinha convicção de que Tarcísio seria candidato à Presidência no ano que vem e que o ex-presidente Jair Bolsonaro, que tem insistido em se apresentar como candidato mesmo inelegível, não teria opção a não ser apoiá-lo. Em resposta, o presidente do Republicanos, Marcos Pereira, passou a maior parte do tempo calado, mas reforçou que o projeto político do governador é tentar a reeleição em São Paulo.
Durante o almoço, que aconteceu no Palácio do Alvorada, o petista também pediu o apoio do partido para iniciativas que são prioridade do governo no Congresso, como que implementa um vale-gás, o que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda o que regulamenta as redes sociais, que ainda será enviado, e o que está em discussão na Câmara e tenta coibir a adultização infantil nas redes sociais.
Além de Lula e Pereira, também estiveram presentes no encontro o presidente da Câmara, Hugo Motta, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, e o líder do partido na Câmara, Gilberto Abramo (MG).
No mesmo dia em que estiveram com Lula, Hugo Motta e Marcos Pereira participaram de um jantar promovido pelo presidente do União Brasil, Antonio Rueda, e que contou com a participação de diversos líderes da oposição.
Motta não ficou muito tempo no evento, que aconteceu na casa de Rueda em Brasília, e saiu em menos de meia hora.
Além do presidente do União Brasil, que foi o anfitrião, e do chefe do Republicanos, o jantar contou com a presença dos presidentes partidários Valdemar Costa Neto (PL), Gilberto Kassab (PSD), Ciro Nogueira (PP) e Baleia Rossi (MDB).
Tarcísio de Freitas também estava presente, além do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), que se apresentam como pré-candidatos a presidente.
De acordo com relatos de participantes do jantar, todos os presidentes de partidos se mostraram otimistas com a perspectiva de estarem juntos ainda no primeiro turno da eleição presidencial. Ainda que, com exceção do PL, todos os presentes tenham ministros no governo, há uma tentativa de construir um projeto nacional de oposição a Lula. O governador de São Paulo é citado, principalmente por dirigentes do União Brasil e do PP, que devem formar uma federação, como o nome que deve aglutinar essas legendas.
Apesar disso, o discurso de quem esteve no encontro é que ainda é cedo para definir um nome para disputar o Palácio do Planalto.
“Foram (ao jantar) três pré-candidatos colocados (Tarcísio, Zema e Caiado) e o governador do (Paraná) Ratinho falou conosco por telefone, também está colocado. O objetivo é, esses seis partidos que hoje estavam representados por seus presidentes, que a gente consiga, guardando as divergências, as postulações dos pré-candidatos, tentar construir um projeto para o país. Não tenha dúvida que esse grupo das pessoas que está aqui estará no mínimo no segundo turno unido”, disse o presidente do PP, Ciro Nogueira.
Já Caiado declarou que se uma pré-candidatura única for definida agora, o nome será alvo do governo Lula e deverá ficar enfraquecido.
“Se tivéssemos um candidato que tem a dimensão do nome, por exemplo, do Bolsonaro, ele é conhecido nacionalmente, seria uma discussão, um embate entre os dois (entre Bolsonaro e Lula). Não sendo candidato, todos nós temos uma região que somos mais conhecidos, temos mais capilaridade. Quando concentra em cima de um nome, o PT, ou seja, o governo, que não tem escrúpulos para agir com a máquina, vai criar uma inferno na vida desse governador.”
Fonte: InfoMoney