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Destaque em premiação internacional, vinhos mineiros estão em alta; conheça

A vitivinicultura da região já possuía o respeito do mercado nacional; agora, premiações internacionais de peso colocam Minas sob olhares atentos do setor dentro e fora do Brasil

Minas Gerais ganhou fama ao longo dos anos com suas iguarias, como o queijo, o café, e o doce de leite, apenas para citar algumas, que são até consideradas patrimônios culturais.

Agora, o reconhecimento começa a ganhar novos horizontes e abrange a indústria de bebidas alcoólicas.

A cachaça de alambique deu o pontapé inicial: consolidou Minas como o maior produtor do país. Seguindo o mesmo trilho, a vitivinicultura mineira é a nova promessa do setor.

A produção de vinhos na região está em boa parte concentrada nas proximidades da Serra da Mantiqueira, cadeia montanhosa que se estende até a divisa com São Paulo e Rio de Janeiro. O nome Mantiqueira tem origem Tupi e é uma junção de Amana (chuva) e tikira (gota).

De fato, estamos falando de terras com alto índice pluviométrico, principalmente no verão, que é a época em que originalmente as uvas são colhidas.

O problema é que isso favorece o surgimento de doenças fúngicas nos vinhedos, além de diluir a concentração de açúcar na fruta.

Vinhedos da Casa Geraldo, em Andradas / Divulgação

Colheita de Inverno

Como tentativa de “driblar” o ciclo natural da videira, o agrônomo brasileiro Murillo Regina aprimorou uma técnica conhecida como “dupla poda”, que transfere a colheita para o inverno, quando as condições climáticas são ideais para maior qualidade da uva: dias quentes, noites frias e clima seco.

O método viabilizou o cultivo de uvas com maior concentração de açúcar e consequentemente vinhos com maior teor alcoólico e estrutura, colocando o Sudeste no mapa da vitivinicultura nacional.

A primeira colheita mineira foi feita há apenas duas décadas e, de lá para cá, muitas vinícolas surgiram e novas técnicas foram desenvolvidas na região.

“É uma história muito promissora apesar de recente, ainda mais se comparada à cena vitícola do Sul do Brasil”, comemora Matheus Cassimiro, engenheiro agrônomo e gerente executivo da Anprovin – Associação Nacional dos Produtores de Vinho de Inverno.

Uvas da Cave das Vertentes, que tem produção em Santo Antônio do Amparo / Divulgação

Orgulho Regional

primeira vinícola mineira a trabalhar o manejo de inverno foi a Estrada Real, em Três Corações. O nome faz alusão aos antigos caminhos por onde escoavam ouro e diamante das Minas Gerais até a região de Paraty e Rio de Janeiro.

Maria Maria foi outro projeto que surgiu pouco depois, cujo nome é uma homenagem à canção icônica do cantor mineiro Milton Nascimento, amigo e conterrâneo do proprietário da vinícola, que até então se dedicava à cafeicultura.

E assim vai se tecendo a história da vitivinicultura mineira, carregada de regionalismos e conexões com a cultura local.

De Minas para o mundo

A valorização do produto regional ganha agora novo motor: Minas acaba de se destacar em um dos concursos mais importantes do mundo no setor, o Decanter World Wine Awards.

Entre as 16 medalhas de prata conquistadas pelas vinícolas brasileiras, quatro foram para produtores mineiros. A melhor classificação nacional ficou com o Syrah da Sacramento Vinifer, do Sul de Minas. Cabe dizer que a variedade é a que melhor se adaptou na região e foi apelidada de “rainha dos vinhos de inverno”.

Na esteira do merecido reconhecimento, destaco a seguir uma seleção de vinhos mineiros da uva Syrah imperdíveis de conhecer – e degustar:

Fonte: CNN

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