
Da moda ao foodtech, Giovanna Meneghel conta como criou a Nude, superou a pandemia e construiu uma marca baseada em impacto, produto e disciplina financeira
A história da Nude começa longe das gôndolas brasileiras: em Berlim, na Alemanha. Foi lá que Giovanna Meneghel, hoje CEO e cofundadora da foodtech, teve o que ela mesma define como um detox em todos os sentidos.“Berlim foi determinante. Se a gente não tivesse ido para lá, talvez a Nude não existisse”, afirma.
Formada em Direito pela PUC-SP, Giovanna nunca exerceu a advocacia. Ainda na faculdade, percebeu que aquele caminho não fazia sentido e migrou para a moda, onde trabalhou por cerca de dez anos, inclusive fora do Brasil. A mudança definitiva veio quando decidiu acompanhar o marido, hoje seu cofundador, em um MBA na Europa.
Em Berlim, Giovanna se deparou com um movimento que ainda não havia chegado ao Brasil: o crescimento acelerado do consumo de leite de aveia e a forte consciência sobre origem dos alimentos, impacto ambiental e sustentabilidade.
“A cidade estimula o empreendedorismo, mas também te faz pensar no que você come, de onde vem e qual o impacto disso no planeta”, conta. Para o casal, o contraste ficou evidente quando eles voltavam para o Brasil nas férias.
“A gente via esse movimento muito forte na Europa e ele simplesmente não existia aqui. Foi aí que a gente enxergou uma oportunidade.” Hoje, segundo a Nude, as bebidas vegetais representam apenas 2% do mercado de leite no Brasil.
A empresária participou da série do Do Zero ao Topo que conta com o apoio da XP Empresas, e vai contar as trajetórias dos empreendedores que investiram na transformação do seu negócio.
Uma empresa criada no caos da pandemia
A Nude foi criada quase inteiramente de forma remota. Desenvolvimento de produto, decisões estratégicas e estruturação do negócio aconteceram no auge da incerteza. A ideia começou a ganhar forma em 2019, quando Giovanna estava grávida do primeiro filho. O plano era amadurecer o projeto na Europa e voltar ao Brasil para executar. O retorno aconteceu no início de 2020, às vésperas da pandemia.
“A nossa primeira reunião presencial foi numa sexta-feira. No dia seguinte, tudo fechou. Foi um ano caótico, mas ao mesmo tempo a gente conseguiu acelerar muita coisa, porque tudo parou”, relembra.
O lançamento, inicialmente previsto para outubro, aconteceu apenas em dezembro de 2020, após problemas na cadeia produtiva. Um atraso que acabou trazendo aprendizados.
“Usamos esse tempo extra para ajustar o portfólio. Em vez de dois produtos, lançamos cinco. Isso fez diferença na gôndola”, conta Giovanna.
Fonte: InfoMoney