Data Mercantil

Indústria ganha espaço e agora responde por mais de 20% dos bens exportados à China

A China está demandando mais bens da indústria de transformação brasileira, com destaque para alimentos industrializados e celulose, com esses produtos passando a representar 20,8% do total exportado pelo Brasil para o gigante asiático entre janeiro e setembro deste ano.
No mesmo período do ano passado, esse peso era de 17,2%, mostram dados reunidos pelo CEBC (Conselho Empresarial Brasil-China) com base em números do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços).
Enquanto isso, a agropecuária manteve sua participação nas vendas brasileiras à China, com 39,7%, e a indústria extrativa reduziu sua fatia de 43% para 39,4%.
“Boa parte dos bens que o Brasil exporta para a China na indústria de transformação são produtos do agronegócio que são industrializados, como carne bovina processada e celulose, e que tiveram alta na demanda”, afirma Tulio Cariello, diretor de conteúdo e pesquisa do CEBC.
Além do aumento de vendas em si, essa alta no peso da indústria de transformação se deveu à queda nas exportações de minério de ferro e petróleo para o país asiático no período, que restringiram a participação da indústria extrativa nas vendas a compradores chineses.
“Não há queda na demanda chinesa por produtos da indústria extrativa brasileira, estão até comprando mais em volume, mas tem a questão dos preços”, diz Cariello. “No caso do minério, por exemplo, houve alta de 4% no volume vendido, mas como o preço caiu, o faturamento se reduziu em 11%.”
Por produto, um dos destaques no levantamento do CEBC é a queda da China como destino da carne de frango brasileira. O país, que liderava as exportações desses alimentos no ano passado, caiu para o quarto lugar neste ano, atrás de países como Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Japão.
“O Brasil tem focado bastante o Oriente Médio, que é um grande mercado para a carne de frango brasileira”, diz Cariello.
Nas exportações de carne suína, a China saiu do topo do pódio para o terceiro lugar, perdendo para Filipinas e Japão.
As exportações de ferroligas para a China, como ferroníquel e ferronióbio, também foram destaque no período ao crescerem 49% no acumulado do ano. “Vemos uma alta de demanda chinesa por minerais específicos, voltados para a alta tecnologia ou transição energética”, diz o diretor do CEBC.
Os dados mostram que as exportações totais do Brasil para a China somaram US$ 75,5 bilhões no acumulado do ano, uma queda de 1,3% na comparação com o mesmo período do ano passado.
O país foi o principal destino das exportações brasileiras, com uma participação de 29,3%, quase o triplo dos Estados Unidos, que ficaram em segundo lugar, com 11,3% -as vendas ao país foram prejudicadas pelas tarifas impostas por Donald Trump ao Brasil.
Já as importações da China cresceram 15,4% no período, com o país asiático se mantendo como a principal origem das compras nacionais, com 25%, seguido pelos EUA, com 25%.

Fonte: FolhaPress

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