Data Mercantil

Renda fixa: três investimentos para se blindar da Selic a 15% – e da aversão ao risco

A combinação tradicional oferecida pela renda fixa, de baixo risco e alto retorno, ganha relevância ainda maior em momentos como o atual

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou mais uma vez a taxa básica de juros, a Selic, em 0,25 ponto percentual, para 15% ao ano. Com o atual patamar, a renda fixa – cuja rentabilidade acompanha a variação do indicador – segue como a “queridinha” dos investidores dados o baixo risco e o alto retorno.

A combinação ganha relevância ainda maior em momentos como o atual, de aumento da aversão ao risco – reflexo dos últimos acontecimentos e das incertezas em relação ao conflito no Oriente Médio.

Entenda um pouco mais como funciona esta modalidade de investimento e seus principais produtos, além da análise sobre o atual cenário para a renda fixa. Veja também opções para quem quer investir nesta classe de ativo.

Confira 4 investimentos de renda fixa:

XP Crédito Estruturado 120 FIC de FIF Multimercado CP RL

Fundo 24 Horas FIRF RL

Qual a expectativa para a Selic, referência para a renda fixa

Em relatório recente, a XP Investimentos diz acreditar que a elevação da Selic em 0,25 ponto percentual na semana passada foi a última alta do ano.

“A política monetária segue bastante contracionista e a inflação parece ter se estabilizado — embora em níveis elevados”, explica Caio Megale, economista-chefe da XP. “Nossos modelos indicam que manter a Selic em 15% até meados do próximo ano seria suficiente para trazer a inflação para próximo do intervalo da meta em 2026 e dentro da banda em 2027”, complementa o especialista.

Mais adiante, acrescenta Megale, algum grau de flexibilização monetária parece provável no ano que vem. No entanto, reforça, isso dependerá fortemente de como evoluirá a economia global e, sobretudo, das perspectivas para a política econômica doméstica em 2027 — que seguem incertas, dado o calendário eleitoral.

Em resumo, Megale avalia que o Copom sinalizou de forma clara que o plano de voo é manter a Selic parada — e por um longo tempo. “O comitê afirmou que antecipa uma interrupção do ciclo de alta de juros em seu cenário básico, para avaliar os efeitos do aperto monetário já implementado”, detalha o economista.  

O que são LCI e LCA?

A Letra de Crédito Imobiliário (LCI) é um título de renda fixa com isenção de Imposto de Renda e remuneração geralmente superior à poupança. Ao investir em uma LCI, você empresta dinheiro para instituições financeiras (como bancos ou companhias hipotecárias) captarem recursos para o setor imobiliário.

Em troca desse empréstimo, você recebe juros durante o período que mantiver o investimento. O lastro das LCIs são financiamentos imobiliários garantidos por hipotecas ou alienação fiduciária.

A Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) funciona de forma semelhante. Mas, neste caso, o banco empresta dinheiro aos produtores rurais com objetivo de financiar atividades vinculadas à produção, comercialização, industrialização de produtos ou insumos agropecuários (máquinas e implementos) usados em atividades do agronegócio. 

A Letra de Crédito do Agronegócio (LCA), portanto, é um título vinculado a direitos creditórios originários de negócios realizados entre produtores rurais, suas cooperativas e terceiros, incluindo financiamentos ou empréstimos. 

CDB

Certificado de Depósito Bancário (CDB) é um título de renda fixa emitido por bancos e caixas econômicas para captar recursos e financiar suas atividades. Funciona assim: 

Você “empresta” dinheiro para a instituição financeira. 

As aplicações em CDB contam com a cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) até R$ 250 mil por CPF em cada instituição. Isso significa que, até esse valor, os investimentos em CDB estão protegidos em caso de eventual quebra do emissor. 

Entre os tipos de CDBs, estão os pós-fixado, modalidade cuja remuneração é atrelada a um indexador econômico, geralmente o CDI. Veja os riscos e as vantagens do CDB.

Fundos de renda fixa

Os fundos pós-fixados têm seus retornos vinculados a indicadores como a Selic ou o CDI. Assim, quando há elevação da taxa básica de juros, a remuneração desses fundos tende a acompanhar essa movimentação, sem necessidade de ajustes frequentes na carteira.

A inclusão de fundos pós-fixados na carteira pode contribuir para a diversificação e o gerenciamento de riscos. Eles costumam ser indicados para investidores com perfil conservador ou moderado, que buscam investimentos alinhados ao comportamento da taxa de juros, mas que compreendem as variações que podem ocorrer ao longo do tempo.

Fonte: MoneyLab

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