Presidente apagou postagem sobre token $LIBRA, mas já é alvo de ações na Justiça argentina
O presidente da Argentina, Javier Milei, enfrenta mais de 100 processos na Justiça Federal após promover a criptomoeda $LIBRA em suas redes sociais. O caso, que começou com uma publicação no X na última sexta-feira (14), se transformou em uma crise judicial e política, com milhares de investidores relatando perdas milionárias.
Segundo o site Infobae, 111 denúncias foram protocoladas digitalmente em diversos tribunais e começarão a ser analisadas nesta segunda-feira (17). Uma delas, apresentada presencialmente em Buenos Aires, já foi aceita pelo fiscal Guillermo Marijuan e caiu no Julgado Criminal e Correcional Federal N° 7, sob responsabilidade do juiz Sebastián Casanello.
Os processos movidos contra Milei incluem acusações de fraude, manipulação de preços, estelionato e negociações incompatíveis com a função pública. Segundo a Associated Press, advogados classificaram o caso como um esquema de fraude em larga escala, destacando que o presidente teve papel essencial na valorização artificial do ativo.
Além de Milei, alguns processos também incluem nomes do governo, como sua irmã Karina Milei, o porta-voz presidencial Manuel Adorni e o empresário Hayden Davis, criador do projeto KIP Protocol, responsável pelo token.
Entenda o caso
Na sexta-feira, Milei promoveu a criptomoeda $LIBRA em suas redes sociais, afirmando que o ativo financiaria pequenos negócios e startups. Horas depois, ele apagou a publicação, alegando que não tinha conhecimento detalhado do projeto e que decidiu retirar o post para evitar especulação.
Com a exclusão, a moeda digital despencou de valor, gerando milhões de dólares em prejuízos para investidores. A movimentação pode configurar um esquema conhecido como “rug pull”, no qual os desenvolvedores abandonam um projeto após inflacionar artificialmente seu preço.
Governo tenta minimizar impacto
Em nota, a Casa Rosada afirmou que Milei não teve envolvimento com a criptomoeda e que o presidente frequentemente compartilha iniciativas privadas sem vínculo direto com elas. No entanto, o governo confirmou que Milei e sua equipe se reuniram recentemente com representantes da KIP Protocol.
A crise gerada pelo episódio levou a oposição a pedir o impeachment do presidente, argumentando que ele usou seu cargo para favorecer um ativo financeiro que prejudicou milhares de investidores. Enquanto a Justiça avalia os processos, o caso segue ampliando a pressão sobre o governo Milei.
Fonte: InfoMoney