Data Mercantil

RBI traz Firehouse Subs para o Brasil em sociedade com ex-BK Iuri Miranda

Plano da rede de sanduíches é chegar a 500 unidades em 10 anos no país, entre próprios e franquias

Depois de trazer as redes Burger King e Popeyes para o Brasil, a canadense Restaurant Brands International (RBI) vai começar a abrir lojas no país da Firehouse Subs, num plano ambicioso. A rede quer chegar a 500 restaurantes em 10 anos, um ritmo pouco usual para a primeira década de uma marca em um novo mercado.

A operação brasileira da rede de sanduíches é uma joint venture entre a RBI e o executivo Iuri Miranda, que foi CEO e conselheiro do BK (agora Zamp) no Brasil. “Para conseguir o que queremos no mercado brasileiro, com esse tamanho de rede, precisamos de um operador local muito bom. A resposta mais óbvia era com o mesmo parceiro, que foi sócio na primeira joint venture que fizemos.

No BK, Miranda foi um dos executores do plano que levou a rede de fast food de 47 unidades para mais de mil. A RBI trabalha com diferentes formatos de sociedades e parcerias mundo afora, e aquela havia sido a primeira JV para a marca globalmente, em 2011.

A Firehouse foi criada na americana Jacksonville por dois irmãos ex-bombeiros ( o que definiu a identidade visual da rede) e adquirida pela RBI em 2021, numa transação de US$ 1 bilhão em dinheiro. É a rede mais nova no portfólio do grupo que, além de dono das marcas Burger King e Popeyes, detém a rede de cafeterias Tim Hortons – somando mais de 30 mil unidades no mundo todo.

Com 1,2 mil unidades nos Estados Unidos, a expansão internacional da Firehouse começou há menos de dois anos, testando mercados como Suíça (onde Santelmo está baseado), México e Emirados Árabes, mas ainda com menos de 20 restaurantes internacionais. No terceiro trimestre, a rede somou US$ 300 milhões em vendas.

No Brasil, a primeira loja será aberta ainda este ano, num shopping em São Paulo. Segundo Miranda, nos dois primeiros anos as aberturas serão de unidades próprias, para alinhar conceitos e posicionamento de marca, para depois iniciar a expansão com franquias.

“Com o atual patamar de juros e de câmbio, é um momento desafiador no país para começar um negócio. Mas há uma série de razões para estarmos tão animados”, diz o sócio e CEO da Firehouse Subs Brasil.

Ele destaca que o mercado de fast food no país é da ordem de R$ 130 bilhões em vendas anuais, sendo que 32% disso é da categoria de padarias e sanduíches. “Não entram nessa categoria os hambúrgueres, que têm um crescimento médio anual (CAGR) projetado de 9,8% até 2027. Para padarias e sanduíches, o CAGR é de 11,8%”, compara.

Além de ser uma categoria que cresce mais que o fast food da chapa, é onde há menos cadeias de marcas, com atuações mais independentes e familiares. “95% da categoria são operações independentes e 5% cadeias, enquanto em mercados mais maduro, como os Estados Unidos, as redes respondem por quase 60% e mesmo na América Latina, com 19% na Argentina e 40% no Chile”.

O maior competidor local é a Subway, marca americana que recentemente trocou de dono no Brasil – por aqui, passou para as mãos da Zamp, agora controlada pelo fundo árabe Mubadala. (Curiosidade: na Zamp, o Mubadala paga royalties à RBI pelas marcas Burger King e Popeye’s no país. Com a Subway sob o novo operador e a Firehouse chegando, os parceiros passam também a competir localmente, o que já acontece com outras investidas nos Estados Unidos.)

Nos mercados em que a Firehouse já opera, a venda média chega a quase o dobro da Subway. A aposta da marca por aqui é que os sanduíches de pastrami, brisket ou rosbife atraiam um público amplo com preços acessíveis. Para conseguir esse controle, os sócios começaram a conversar com fornecedores locais há um ano, tanto de alimentos quanto equipamento importar, com o câmbio na casa de R$ 6, inviabilizaria o plano de negócio.

Fonte: ValorPipeline

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