Data Mercantil

Juros altos e incertezas à frente? Hora de investir em infraestrutura, dizem gestores

Risco fiscal, futuro da política monetária e desaceleração da economia global são alguns dos fatores que fazem investidores pedirem mais prêmio para investir em ativos brasileiros. E é justamente esse cenário de incertezas que cria um bom momento para investir em ativos ligados à infraestrutura, segundo gestores especialistas na área.

“É mais difícil de convencer investidores agora, mas, no futuro, estaremos órfãos desse CDI e quem conseguiu colocar o capital para trabalhar agora vai colher bons frutos”, projeta Túlio Machado, gestor de infraestrutura da XP Asset. 

Para ele e outros gestores que participaram de painel na Expert XP, uma das melhores maneiras de aproveitar os altos prêmios que o mercado oferece hoje é financiar projetos de infraestrutura. Se expor a projetos em portos, rodovias, linhas de transmissão de energia e saneamento básico via fundos de infraestrutura ou debêntures incentivadas pode trazer mais estabilidade à carteira, mas tem seus desafios. 

Machado diz que antes de se concentrar no cenário macroeconômico, é preciso analisar se a empresa que vai executar um projeto – geralmente de longo prazo – terá capacidade para pagar a dívida do financiamento e ainda lucrar com o resultado do investimento. “Se o momento macro ajudar, é um vento favorável interessante, mas objetivo é sempre gerar valor dentro das empresas”. 

Apesar do alto potencial de retorno, as empresas vêm pagando menos para os investidores, resultado da restrição nos lastros e vencimentos de CRIs, CRAs, LCIs e LCAs, ativos isentos importantes, e incentivo do governo federal ao desenvolvimento econômico. A oferta não acompanhou a demanda maior, por isso os prêmios caíram, resume Samuel Santos, gestor de infraestrutura da AZQuest: “nossa principal preocupação está na compressão dos spreads (prêmio adicional que empresas pagam em relação a títulos públicos), será que eles representam os riscos dos projetos que estamos financiando?”.

Mesmo assim, os gestores garantem que o mercado ainda oferece boas oportunidades, principalmente na venda antecipada dos papéis. “Se a ponta longa da curva (de juros) está mais aberta, taxas são mais altas e você consegue comprar ativos de longo prazo e ter ganho exponencial no momento de saída, entre quatro e sete anos”, diz Machado. 

Fonte: InfoMoney

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