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Hamas e Fatah assinam acordo para formar governo de unidade após fim da guerra

Os grupos palestinos Hamas e Fatah, que regem a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, respectivamente, assinaram nesta terça-feira (23) um acordo no qual concordam em encerrar suas divisões e formar um governo de unidade nacional provisório uma vez que termine a guerra iniciada em outubro.
O anúncio foi feito pelo Ministério das Relações Exteriores da China, onde o diálogo se desenrolava desde domingo (21).
A negociação, que envolve os rivais mais notórios e outros 12 grupos, tem o potencial de encerrar uma luta pelo poder que se arrasta há 17 anos a rivalidade entre ambos os movimentos remonta a 2007, quando o Hamas expulsou o Fatah da Faixa de Gaza pelo uso da força.
Mesmo após a expulsão, o Fatah continuou controlando politicamente a Autoridade Palestina, espécie de governo de transição estabelecido em acordo com a comunidade internacional e liderado por Mahmoud Abbas.
Esforços anteriores do Egito e de outros países árabes para reconciliar os grupos, porém, falharam em encerrar a disputa que enfraquece as aspirações políticas palestinas. Portanto, resta saber se esse acordo sobreviverá às realidades no terreno.
O encontro foi celebrado em meio a tentativas de mediadores internacionais de alcançar um acordo de cessar-fogo para Gaza, sendo um dos pontos de discórdia o plano “do dia seguinte” ou seja, como o território governado pelo grupo terrorista Hamas será administrado uma vez que a guerra termine.
“Hoje assinamos um acordo de unidade nacional e afirmamos que o caminho para completar esse percurso é a unidade nacional. Estamos comprometidos com essa unidade nacional e fazemos um apelo para alcançá-la”, afirmou o enviado do Hamas à China, Mousa Abu Marzook. Já Mahmoud Aloul, do Fatah, agradeceu Pequim por seu apoio à causa palestina. “Vocês têm o carinho e a amizade de todo o povo palestino”, disse Aloul.
Israel também se pronunciou rapidamente.
“Hamas e Fatah assinaram um acordo na China com vistas a um controle conjunto de Gaza depois da guerra. Em vez de rejeitar o terrorismo, Mahmoud Abbas abraça os assassinos e estupradores do Hamas e mostra sua verdadeira face”, escreve no X o chanceler israelense, Israel Katz. “Isso não ocorrerá, porque o poder do Hamas será esmagado, e Abbas observará Gaza de longe.”

Fonte: FolhaPress

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