Data Mercantil

Como uma indústria pet de Belém abocanhou o mercado americano

Aposta em produtos naturais fez a Upper faturar R$ 550 milhões, 80% com exportação

Na disputa acirrada do mercado pet, uma companhia brasileira ganhou espaço entre os consumidores locais – e americanos. A Upper Dog virou best-seller de mastigáveis para cães na Amazon nos Estados Unidos com a marca Natural Farm e acaba de aumentar o portfólio com mais uma aquisição.

No fim de janeiro, comprou a sergipana Adora Pet, um cheque (entre aquisição e investimento na fábrica) na casa de R$ 40 milhões. A Adora posiciona a Upper para atender a região Nordeste, já que a operação em Imperatriz do Maranhão era mais voltada ao Norte e Centro-Oeste. No Sudeste, os produtos saem da fábrica de São Sebastião do Paraíso, em Minas Gerais enquanto a operação administrativa fica em Sorocaba. A companhia tem centros de distribuição internacionais, como Atlanta e Miami.

A Upper já tinha comprado a mineira Petiscão e está negociando uma empresa no Canadá, no que pode ser sua primeira aquisição internacional. “Estamos abertos a novas aquisições. O M&A tem um poder incrível”, diz Marcelo Barbosa, o paraense que é fundador e CEO da Upper. Ele exemplifica que a atualização da fábrica em Imperatriz poupou dois anos em construção e ampliação do produto.

O crescimento da fabricação nacional ajuda a abastecer principalmente as exportações, principal canal de vendas, com 80% do negócio – puxado por EUA, Canadá e Austrália. A Upper também vai estrear em feiras especializadas na Europa, para buscar distribuição naquele mercado. “Os nossos critérios de produção, desde os ingredientes naturais às embalagens recicláveis, casam muito com o perfil do consumidor europeu”, diz o CEO.

O portfólio de marcas inclui ainda Dogfy, Mr. Dry, Mr. Clean e Caninosso e a companhia atua também no modelo white label, produzindo para marcas de terceiros. Em 10 anos de operação, a Upper se tornou um dos principais fornecedores da América Latina de alimentos e produtos mastigáveis naturais, petiscos e tapetes higiênicos para cães e gatos.

O crescimento segue acelerado. No ano passado, com um salto de 45%, alcançou uma receita de R$ 550 milhões. Para este ano, a projeção – conservadora, garante o dono – é de R$ 700 milhões, o que vai representar alta de 27%. Nesse ritmo, a companhia bate seu primeiro bilhão em dois a três anos, antes de o fundador completar 30 anos de idade.

Fonte: Valor Pipeline

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