Depois de integrar empresa, agora aposta é segregar; grupo já se desfez de Aesop e The Body Shop
Numa revisão geral dos movimentos de consolidação que fez, a Natura&Co disse há pouco que avalia segregar as operações de Natura e Avon – depois justamente de tê-las transformado em um grupo só. Mas a integração das operações na América Latina, que vem sendo foco no último ano, não seria desfeita: a Natura operaria a marca na região por meio de um acordo comercial.
Na prática, essa movimentação permitiria à Natura&Co vender uma participação na Avon (ou até eventualmente a totalidade no exterior, mais adiante, mantendo esse vínculo regional) e tirar o peso dessa operação internacional dos resultados de sua marca de origem. O plano inicial, segundo fonte próxima à empresa, seria uma listagem da Avon no exterior com venda minoritária.
Há outras formas de fazer isso que entrarão na avaliação, como a entrega do papel da Avon ao acionista de Natura (como fez Pão de Açúcar com Assaí ou Itaú com XP), mas isso não colocaria caixa na empresa.
Para recapitular o vaivém de estratégias: a Natura comprou a Avon, que era listada na bolsa de Nova York, em 2019; absorveu essa operação, transformando os papéis em ADS do grupo consolidado na Nyse em janeiro de 2020, mantendo sua listagem na B3. Ao final de 2021, a companhia avaliava levar sua listagem primária para a bolsa americana, deixando BDRs por aqui.
Em comunicado, a companhia avalia que as empresas “possuem abrangências geográficas distintas, atendem diferentes consultores de beleza e consumidores e, juntas, oferecem valor limitado de sinergia sob a estrutura atual”.
Por enquanto, é uma análise. “Não há garantia de que qualquer separação será, em última análise, recomendada pelo conselho de administração. A conclusão de uma separação está sujeita a várias condições, incluindo, entre outras, a aprovação final do Conselho de Administração e a aprovação da maioria dos acionistas”, disse a companhia.
Fonte: Valor Pipeline