Data Mercantil

Allos arrecada mais R$ 450 milhões com venda de participação em shoppings

Nesta terça-feira, a Allos anunciou um novo pacote de venda de ativos no valor total de R$ 443 milhões. Esse montante resulta da alienação de participações em seis shoppings localizados em São Paulo, Rio de Janeiro, Maranhão, Caxias do Sul e Curitiba. A venda incluiu parte dos ativos destinados ao fundo Vinci Shopping Centers, que recentemente captou R$ 875 milhões em sua segunda emissão em menos de dois meses, tornando-se o maior fundo de shoppings do país em valor de mercado. A identidade do outro comprador não foi divulgada pela empresa.

Na operação, a Allos receberá R$ 67 milhões imediatamente, mais R$ 308 milhões nos próximos 15 dias, e os R$ 67 milhões restantes serão pagos daqui a seis meses, corrigidos pelo CDI.

A Vinci adquiriu a maior parte dos ativos oferecidos pela Allos. A operadora de shoppings vendeu uma participação total de 15% no São Luís Shoppings, 15% no Carioca Shopping, 10% no Shopping Villagio Caxias, 5% no Plaza Sul Shopping e até 10% no Bangu Shopping. Além disso, a empresa comprometeu-se a alienar 30% do Shopping Estação Curitiba, marcando um desinvestimento total nesse ativo.

O cap rate dessa transação foi de 8,5%, um pouco acima da média dos desinvestimentos da empresa ao longo do ano, que foi de 8,2%. Em comparação, a Allos é negociada a um cap rate de 14%. O cap rate é uma métrica que mede o retorno do investimento em um ativo imobiliário, dividindo a receita operacional pelo preço pago pelo comprador. Quanto menor o cap rate, maior a valorização do ativo na transação.

Desde a aquisição da BR Malls, a Allos arrecadou cerca de R$ 1,3 bilhão com vendas de ativos no primeiro ano, excluindo essa última transação. 85% desse total será destinado ao caixa da empresa, e os 15% restantes serão investidos em cotas de fundos imobiliários.

O CEO Rafael Salles indicou aos investidores que a intenção é utilizar esses recursos para recomprar ações e elevar os papéis da empresa a múltiplos considerados ideais pela gestão. No quarto trimestre, a empresa espera otimismo, contando com um portfólio robusto de shoppings, muitos dos quais geram mais de R$ 1 bilhão em vendas anuais. Em relação à vacância, a empresa observa uma demanda contínua por espaços nos shoppings e espera concluir mais contratos ao longo do trimestre.

O CEO também planeja estender o negócio de mídia do grupo, chamado Helloo, a todo o portfólio até 2024, juntamente com integrações de sistemas após a fusão com a BR Malls.

Quanto a movimentos de fusões e aquisições, novas compras não estão descartadas, mas o foco é em ativos estratégicos a preços atrativos, sem movimentos tão transformacionais quanto a fusão com a BR Malls. A meta é distribuir 50% do fluxo de caixa operacional em dividendos.

Atualmente, o BTG Pactual, do mesmo grupo de controle da EXAME, avalia a Allos como uma opção atraente, com um múltiplo de 9,5 vezes FFO/P para 2024, destacando a empresa como a principal escolha do banco no setor de shoppings.

Fonte: Exame

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