Data Mercantil

Quais os planos do Botafogo para se recuperar de uma dívida de R$ 404 milhões

Clube protocolou na Justiça pedido para que plano de reestruturação seja aprovado

Em 2024, o Botafogo enfrenta o desafio de uma reestruturação abrangente. No campo, a missão é se recuperar após uma temporada em que liderou boa parte do Brasileirão, mas terminou em quinto lugar, obrigando-se a disputar a fase preliminar da Libertadores.

Fora dos gramados, o desafio é de natureza econômica. O clube carioca, em recuperação extrajudicial, enfrenta uma dívida de 404 milhões de reais. Recentemente, submeteu à Justiça um plano de reestruturação que inclui a renegociação das dívidas cíveis ao longo de 15 anos, entre outras medidas.

“Esse processo de recuperação é crucial para resolver de uma vez por todas a esmagadora dívida do clube e colocar o Botafogo de volta ao caminho do sucesso que tão merecidamente busca”, destaca Thairo Arruda, CEO do SAF Botafogo.

Fundado em 1894 como Club de Regatas Botafogo, o centenário clube carioca surgiu em homenagem à enseada do bairro onde seus barcos competiam. Ao longo dos anos, passou por transformações, culminando na fusão de 1942, dando origem ao Botafogo Futebol e Regatas.

Em 2002, a Companhia Botafogo foi fundada como uma sociedade anônima por ações controlada pelo clube. Em 2021, o Botafogo esteve na vanguarda da discussão sobre o marco legal do clube-empresa no Brasil, culminando na venda de ações para a Eagle Holding em 2022.

A crise financeira do Botafogo reflete a realidade de muitos clubes de futebol no Brasil, somando mais de 10 bilhões de reais em dívidas entre os 20 principais times. A Lei da SAF impulsionou os esforços do Botafogo para equilibrar seus passivos, enfrentando desafios como déficits de caixa, falta de crédito e penhoras constantes.

O plano de reestruturação iniciado em 2021 envolveu a negociação com credores trabalhistas, resultando em um acordo que adequa as dívidas à realidade financeira atual do clube. Estratégias como profissionalização da gestão, redução de despesas e renegociação de dívidas são peças-chave para a recuperação.

O plano de renegociação apresentado à Justiça estabelece modalidades de pagamento para os credores, com descontos significativos. Até o momento, cerca de 35% dos credores já aderiram ao plano, incluindo a Odebrecht, empresários de atletas e ex-jogadores.

A distinção entre recuperação judicial e extrajudicial reside no fato de que a primeira envolve a intervenção do poder judiciário para negociar um plano de pagamento com os credores, enquanto a segunda busca a renegociação direta fora do âmbito judicial, com um plano levado à homologação após a conclusão das negociações, como é o caso atual do Botafogo.

Fonte: Exame

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